Aluguel de vaga gera renda, mas traz risco à segurança dos moradores
DANIEL VASQUES
DE SÃO PAULO
A transformação da garagem do prédio em estacionamento privado deve ser feita com muita atenção, já que muda a rotina dos moradores.
Para saber se o edifício se presta à modalidade, é preciso levar em conta a quantidade de torres e de apartamentos no condomínio, diz Dostoiéviscki Vieira, diretor da Pró-Síndico (associação de síndicos).
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Segundo ele, quanto mais unidades no empreendimento, mais difícil fica a gestão de segurança.
Vieira diz que o perfil ideal são condomínios compactos, com vagas ou espaço livres que possam ser usados como estacionamento. Bairros com empresas ou prédios comerciais, com alta demanda por vagas, são a localização mais indicada. "Muitas famílias morando não dá certo."
Fabio Braga/Folhapress | ||
O taxista José Aparecido Del Toro afirma que o controle de acesso do estacionamento ao prédio traz segurança |
Nos estacionamentos pequenos e médios, com faturamento de até R$ 35 mil por mês, é repassado um percentual de 10% a 30% do valor arrecadado (até cerca de R$ 8.500), afirma Pedro Sposito, gestor da rede Car Park.
Júlio Herald, gerente de condomínio da administradora Auxiliadora Predial, ressalta que em eixos financeiros, como na região da avenida Paulista, a quantia pode passar de R$ 10 mil.
Nos empreendimentos menos disputados, o valor tende a ser menor. "Depende do tamanho, do fluxo de carros e do local, mas o comum é o repasse ser de R$ 800 a R$ 2.500 por mês. Já é uma pintura de um hall", diz Vieira.
ACESSO
Quanto ao esquema de segurança, é importante haver a instalação de câmeras e um rígido controle de acesso do estacionamento à área comum do condomínio.
O advogado Carlos Amaral, 33, que mora em Pinheiros, vê vulnerabilidade no sistema, mas aprova ter um manobrista à disposição.
"O nível de segurança diminui. Gente de fora pode entrar nas dependências do prédio. Há um andar exclusivo para os moradores, mas a saída dos carros à rua é a mesma para todos", diz.
O taxista José Aparecido Del Torto, 55, mora em um prédio no centro com acesso a um condomínio-garagem, que tem convênio com o comércio da região. Esse serviço rende de R$ 4.000 a R$ 5.000 por mês ao condomínio, montante que serve para reformas no estacionamento.
Del Torto afirma se sentir seguro, já que há porteiro e câmeras na entrada do condomínio pelo estacionamento. "Os assaltos que ocorreram aqui foram pela portaria, não pelo estacionamento.
Ilustração Carolina Daffara/Editoria de Arte/Folhapress | ||
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