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10/11/2013 - 01h30

Terreno do parque Augusta, no centro de São Paulo, é vendido para Cyrela e Setin

DANIEL VASQUES
DE SÃO PAULO

Mais um passo para um polêmico empreendimento no Baixo Augusta, na região central da capital paulista, sair do papel foi dado com a formalização da venda de um terreno com cerca de 25 mil metros quadrados para as incorporadoras Setin e Cyrela.

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A oficialização da compra na semana passada da área na rua Augusta, entre as ruas Marquês de Paranaguá e Caio Prado, foi confirmada à Folha por Antonio Setin, presidente da Setin Incorporadora e porta-voz do projeto.

Fabio Braga/Folhapress
Prefeitura deside nao construir mais escola dentro da area do Parque Augusta na regiao da Consolacao, entre as ruas Caio Prado, Augusta e Marques de Paranagua
Terreno vendido a incorporadoras foi por cinco anos considerado de utilidade pública para criação de um parque no centro de SP

Ele diz que o desenho ainda está em estudo e não é possível adiantar uma versão definitiva.

A ideia é erguer duas a três torres, misturando diversos usos, possivelmente unidades comerciais e hoteleiras, além de residenciais, mas "qualquer coisa dita hoje poderá não ser realidade amanhã".

O empresário afirma que Cyrela e Setin terão participações iguais no projeto e que o investidor e ex-banqueiro Armando Conde, que vendeu a área, terá direito a uma permuta. O valor do negócio não foi revelado.

"O terreno tem 10 mil m² de área verde que é tombada, que deve ser preservada. Acho muito mais sensato que seja aberta ao público, sem dinheiro da prefeitura, mas do ponto de vista legal poderia ser particular."

De acordo com ele, o projeto deverá ser discutido com a prefeitura e a comunidade, além de arquitetos e empresários.

"Sempre há pessoas com ânimo mais acirrado que, em vez de conversar, discutem, mas, se a maioria achar bom e se estiver dentro da lei, é o que a gente pretende fazer."

DECRETO

O projeto de um empreendimento no local sofre forte oposição do grupo Aliados do Parque Augusta e da Samorcc (Sociedade dos Amigos, Moradores e Empreendedores do Bairro de Cerqueira César), que exigem um parque municipal lá.

Em agosto de 2008, a área foi declarada de utilidade pública para a construção do parque, conforme decreto do então prefeito Gilberto Kassab, o que impediu a formalização da venda do terreno de Conde para as duas incorporadoras.

Setin disse em 2012 à Folha que o projeto teria duas torres, 82% de área aberta ao público, um bulevar na rua Gravataí ligando-o à praça Roosevelt e um parque administrado com verba privada.

A condição era que a prefeitura revogasse o decreto, o que não aconteceu. O documento, porém, caducou em agosto deste ano, sem que a administração atual ou a anterior iniciassem a desapropriação.

O incorporador lembra que o terreno havia sido negociado há cerca de sete anos com as empresas e só agora, com o fim do decreto, pôde ser formalmente vendido.

A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente afirma que o projeto não foi levado adiante em razão de falta de verbas para a desapropriação.

Um novo decreto com o mesmo fim só pode ser emitido um ano após o anterior caducar --no caso, em agosto do próximo ano.

O empresário diz que espera ter apoio ao projeto, já que, segundo ele, não soaria bem para a prefeitura gastar dinheiro para fazer um parque para uma "minicomunidade", em vez de investi-lo em "transporte e creches em lugares carentes".

 

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