Setor da construção perde o vigor no início deste ano
DE SÃO PAULO
A maior parte das incorporadoras com foco residencial e ações negociadas na Bolsa fechou 2013 com resultados melhores do que em 2012.
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O avanço em grande parte reflete o aquecimento do mercado imobiliário nos anos de 2009 e 2010 e a estratégia das empresas em focar a conclusão de projetos.
A explicação é que boa parte dos prédios lançados nesses anos ficou pronta no ano passado. E o imóvel quase sempre só é quitado quando o cliente financia o bem com o banco, o que ocorre com a entrega do empreendimento,
"A geração forte de caixa só vem agora, na hora do financiamento", diz o analista da corretora BB Investimentos, Wesley Bernabé.
Bernabé lembra que outra forma de levantar dinheiro é vendendo terrenos em "praças não estratégicas", como fez a Rossi.
Editoria de Arte/Folhapress |
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O foco das empresas nos últimos anos passou a ser atuar em mercados de médio e alto padrão (em geral, a partir de R$ 400 mil) em cidades que oferecem maior rentabilidade, como São Paulo e Rio.
O mercado de baixa renda, considerando as empresas de capital aberto, ficou quase todo reservado a incorporadoras com "expertise" no segmento, como a MRV.
PERSPECTIVAS
Com um mercado fraco neste início de ano, as empresas evitam traçar projeções de lançamentos.
Na cidade de São Paulo, o primeiro bimestre (dado mais recente) fechou com queda de 45,3% nos lançamentos, para 1.353 unidades, o pior resultado desde 2006, segundo o Secovi-SP (sindicato do mercado imobiliário).
As vendas (2.011 unidades) foram as menores desde 2004, recuo de 27,5% ante o primeiro bimestre de 2013.
Lenon Borges, analista da corretora Ativa, diz que o ano vai ser complicado para a construção civil em razão do baixo crescimento do país, alta dos juros e "inflação que cisma em bater no topo da meta".
Mirella Parpinelli, diretora da imobiliária Lopes, também diz não ver, em geral, espaço para aumento. "Com terrenos caros e sem alívio nos custos de construção, os preços dos imóveis não tendem a cair em 2014."
O presidente do Secovi-SP, Claudio Bernardes, estima que os lançamentos e as vendas manterão o patamar de 2013. Segundo ele, as empresas já começam a retomar os lançamentos, algo que deverá ser sentido nos números dos próximos meses. (DANIEL VASQUES)
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