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08/02/2015 - 01h30

Com juro mais alto, cliente deve pesquisar antes de financiar imóvel

DOUGLAS GAVRAS
DE SÃO PAULO

A relações-públicas Júlia Moreira, 28, por pouco não desanimou de comprar seu apartamento em São Paulo. Vivendo em um imóvel alugado há seis meses, ela se interessou por uma unidade de um quarto na Consolação, região central da cidade.

Compra da casa fica até 10% mais cara com aumento de imposto e juros

Para comprar o imóvel, ela propôs pagar 60% do valor à vista e financiar o restante pela Caixa. "Estava buscando um apartamento desde dezembro e achei o lugar que queria um dia após o aumento das taxas de juros da Caixa. Fiquei chateada, mas só de sair do aluguel, já vale."

Júlia optou pela Caixa porque seu pai é servidor público e tem uma conta-salário no banco, o que diminui os juros do financiamento.

A instituição, que opera 70% do financiamento imobiliário do país, elevou as taxas de contratos feitos a partir de 19 de janeiro deste ano.

O maior aumento foi para imóveis acima de R$ 750 mil, contratados pelo SFI (Sistema Financeiro Imobiliário), cuja taxa de balcão -quando o cliente não tem relacionamento com o banco, como uma conta-corrente- passou de 9,2% para 11% ao ano mais a TR (Taxa Referencial).

Simulação feita pelo site de comparação de produtos financeiros Canal do Crédito mostra que financiar um imóvel de R$ 800 mil na Caixa ficou até 7,3% mais caro do que a média dos bancos privados.

Pela análise, um contrato de R$ 640 mil, por 30 anos, pode custar até R$ 1,69 milhão no banco público a partir de abril, quando o ITBI (Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis) passará de 2% para 3% na cidade de São Paulo (veja quadro).

Editoria de arte/Folhapress

Para Marcelo Prata, presidente do Canal do Crédito, a elevação das taxas da Caixa incentiva o comprador a comparar as condições de financiamento dos outros bancos.

"Neste momento, a Caixa não é competitiva para o SFI e é preciso fazer a conta total, considerar os seguros pagos com o contrato para ver se aquele banco vale a pena."

"O mercado se sustenta em emprego, renda e confiança do consumidor. Ele não fará um financiamento se não se sentir seguro", diz Prata.

"O consumidor deve pedir descontos e negociar taxas melhores com seu gerente", recomenda Marco Aurélio Luz, presidente da Amspa (associação dos mutuários).

SETOR PREOCUPADO

Ainda que cerca de 80% dos imóveis em estoque -aqueles lançados e não vendidos por um período de até três anos- em São Paulo sejam de unidades que custem menos de R$ 750 mil, segundo o Secovi-SP (sindicato do mercado imobiliário), a entidade teme que a alta de juros da Caixa iniba as vendas.

"Para os financiamentos feitos pelo SFI, isso pode inviabilizar operações", diz Claudio Bernardes, presidente da entidade.

Editoria de arte/Folhapress
TETO MAIS CARO Alta do ITBI e de financiamento na Caixa eleva custo da compra da casa nova
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