Publicidade
31/05/2015 - 01h30

Projeto quer criar primeira rua 'lixo zero' de São Paulo

JULIO LAMAS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Uma rua de 150 metros na Vila Madalena, zona oeste de São Paulo, tem um projeto para ser a primeira da cidade que trata 100% do lixo que gera. A ideia é que todo o material orgânico gerado seja usado em compostagem e, o restante, reciclado. A meta é alcançar o "lixo zero" até o final de 2016.

Sem saída, a rua Laboriosa abriga hoje seis estabelecimentos comerciais –que vão de uma agência de publicidade a uma oficina– e cerca de 35 famílias.

Leia também:
Investimento em edifícios verdes vale no longo prazo
Condomínio de luxo no Rio reúne casas sustentáveis
Comum nos EUA, preço dificulta popularização da ecomadeira no Brasil

Juntos, eles produzem 168 quilos de resíduos por dia, o que resulta em cinco toneladas por mês, segundo cálculos da Giral Viveiro de Projetos, consultoria especializada em sustentabilidade que idealizou o projeto.

Divulgação
Mateus e Renata Amaral, voluntária em um programa de reciclagem com gestão da Giral
Mateus Mendonça, da Giral Viveiro de Projetos, e Renata Amaral, voluntária no programa de reciclagem

"Pode parecer muito, mas é uma porção ínfima das 18 mil toneladas geradas diariamente na cidade. Grande parte disso pode ser reduzida, reutilizada e reciclada", diz Mateus Mendonça, sócio da consultoria.

"Se depender de conscientização dos moradores, já temos meio caminho andado", conta a aposentada Sônia Regina Amarante, que mora ali há 61 anos. Desde 2009, antes mesmo da coleta seletiva existir na rua, ela já separava seus resíduos.

Outro morador é o músico e apresentador João Francisco Benedan, o João Gordo. Ele já conta com uma cisterna em sua casa e usa energia solar em parte da residência.

Por isso, apoia a iniciativa, mas vê dificuldades. "Não é a toa, punk já tem essa coisa de ser engajado na proteção do meio ambiente. Mas pra ser lixo zero é complicado, precisa convencer a galera daqui, que, em geral, é bem consumista", diz.

COMPOSTAGEM

A sede da empresa, que fica na própria rua, já inclui parte das medidas previstas, como o uso de composteiras para o material orgânico. "Elas ficam na porta para mostrar que compostagem não produz odor desagradável, como muitos imaginam", afirma Mendonça.

Segundo ele, entre 70% e 80% do resíduos da rua são orgânicos e, portanto, podem sser usados na compostagem. "A ideia com o tempo é ensinar e incentivar os vizinhos a fazerem o mesmo", completa ele.

Também está previsto no projeto a melhoria para a coleta seletiva. Atualmente o caminhão passa apenas na terça-feira. A coleta normal é feita três vezes na semana.

A solução será colocar no início da rua um ponto de entrega para esse tipo de livo. A medida está prevista para julho. "Esperamos com isso aumentar o fluxo de saída de recicláveis e facilitar a separação, sem a necessidade dos moradores acumularem os resíduos em casa", afirma Mendonça, da Giral. Ele também planeja fazer parcerias com cooperativas de catadores de lixo da região.

Divulgação
LEGENDA
A sede da empresa Giral Viveiro de Projetos já inclui parte das medidas previstas
 

Publicidade

 
Busca

Encontre um imóvel









pesquisa

Publicidade

 

Publicidade

 

Publicidade
Publicidade

Publicidade


Pixel tag