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07/06/2015 - 01h30

Saiba se proteger do barulho em casa; SP tem nível de ruído acima do indicado

CAMILA TOLEDO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O nível de ruído na cidade São Paulo fica acima do recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). E os maiores vilões são sons cotidianos, como vizinhos barulhentos, torcedores entusiasmados e até o trânsito.

A médica Mara Gândara, do Hospital das Clínicas, aponta que o barulho na cidade pode chegar a até cem decibéis o máximo indicado pela OMS são 70 decibéis.

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A consultora Vanessa Freitas, moradora de um apartamento na avenida Cruzeiro do Sul, na zona norte, não consegue abrir as janelas durante o horário de pico devido ao barulho. Toda hora tem acidentes, ambulâncias, carros de polícia. É sempre caótico, conta ela.

O barulho constante pode causar uma série de problemas de saúde, como estresse e depressão, afirma Gândara.

A poluição sonora mais perigosa à saúde do homem é aquela que se situa numa faixa mediana de intensidade, da qual a pessoa não consegue se esquivar, afirma o advogado Waldir de Arruda Miranda Carneiro, especialista em questões de condomínio.

Segundo ele, são ruídos como os provocados por carros, ônibus, animais domésticos, aparelhos de som, festas, reuniões e aglomerações.

Karime Xavier/Folhapress
A consultora Vanessa Freitas mora em um apartamento na avenida Cruzeiro do Sul e evita abrir as janelas no horário de pico
A consultora Vanessa Freitas mora em um apartamento na avenida Cruzeiro do Sul e evita abrir as janelas no horário de pico

O advogado Michel Rosenthal Wagner, especialista em vizinhança urbana, aponta ainda outros problemas comuns. Entre eles, o som de instrumentos musicais, de celulares na rua, de obras e de eletrodomésticos como telefones e liquidificadores.

Por causa desses problemas, a Câmara Municipal debate a criação de um mapa do ruído para a cidade.

É interessante para quem está em busca de um imóvel, já que o comprador vai poder saber se o bairro é barulhento ou não, aponta o engenheiro Davi Akkerman, presidente da PróAcustica (Associação Brasileira para a Qualidade Acústica).

Com a ferramenta será possível saber o nível de ruído de uma determinada rua apenas inserindo o seu CEP. O mapa precisa ser aprovado pelos vereadores e sancionado pelo prefeito Fernando Haddad.

RECLAMAÇÕES

Durante o Carnaval e a Copa do Mundo, centenas de pessoas se aglomeraram nas ruas da Vila Madalena e de Pinheiros, na zona oeste, causando, entre outras coisas, barulho para os moradores da região. Entre eles, a artista plástica Tatiana Zacariotti.

Eu tenho uma perda auditiva de mais ou menos 25%, e acabo tirando os aparelhos auditivos quando estou em casa para o barulho incomodar menos, diz ela.

As regras para ruídos na cidade são definidas por uma série de leis. No caso de estabelecimentos comerciais, como bares, restaurantes e casas noturnas, a fiscalização cabe ao Psiu (Programa de Silêncio Urbano). As reclamações podem ser feitas pelo telefone 190 ou em cada umas das subprefeituras.

Zacariotti afirmou que já chamou a fiscalização, mas ela não costuma resolver o barulho dos bares da região.

Já para casos de pessoas na rua, festas particulares ou barulho de vizinhos, a solução é chamar a Polícia Militar.

"Em dia de futebol é sempre a mesma coisa: fogos de artifício e muito gritaria. Nem adianta reclamar, o jeito é esperar o jogo acabar para dormir", afirma a produtora gráfica Aline Navarro, moradora da Mooca.

Karime Xavier/Folhapress
A artista plástica Tatiana Zacariotti na esquina das rua Cardeal Arcoverde e Fradique Coutinho, na zona oeste de São Paulo; moradores da região têm reclamado do barulho de aglomerações na rua
A artista plástica Tatiana Zacariotti na zona oeste de SP; moradores da região têm reclamado do barulho de aglomerações na rua

No caso da reclamação ser no próprio prédio, é preciso tomar cuidado para não se indispor com o vizinho, diz Fernando Fornícola, presidente da administradora de condomínios Habitacional. Segundo ele, é mais fácil reclamar quando há uma festa, que incomoda muitos moradores.

Ruídos relacionados ao condomínio, como o barulho do portão ou da bomba de água, normalmente recebem mais reclamações. Não há tanta cobrança com questões que envolvem outros apartamentos, como o sapato batendo no piso do apartamento. A pessoa fica acanhada de falar, diz Fornícola.

Para Angelica Arbex, gerente de marketing da administradora de condomínios Lello, é preciso conciliar. O papel do síndico e do zelador é muito importante nessa questão. Na base da conversa é possível resolver, afirma.

SOLUÇÕES

Existe uma série de soluções que podem ajudar a diminuir a perturbação sonora. A mais eficiente é a janela antirruído. Para evitar a entrada de som, porém, ela não pode ser de correr e nem ter frestas. Onde passa ar, passa o som, explica a arquiteta Lucia Manzano. O custo também é alto em geral, elas são 30% mais caras que os modelos tradicionais.

Existem, porém, soluções mais em conta. A arquiteta Marcy Ricciardi indica que, quando há espaço, é possível usar arbustos para tentar abafar o som. No caso de um vizinho que use um sapato muito barulhento, o arquiteto Marcelo Rosset sugere aplicar lã de vidro abaixo do forro o preço em média é de R$ 12,90 o m² e tem instalação simples.

Foco de muitas reclamações, a parede de drywall também tem solução. Como é mais complicado trocar a parede, sugerimos revesti-la com espuma antichamas e tecido por cima, diz o arquiteto Ricardo Caminada. O material, com preço médio de R$ 20 o m², pode ser pintado na cor da parede e é fácil de ser instalado.

 

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