Uso misto e apês compactos devem predominar em SP com Plano Diretor
DOUGLAS GAVRAS
DE SÃO PAULO
Os apartamentos serão compactos e com serviços, como lavanderia, nos espaços comuns. As áreas de lazer estarão no terraço do edifício, liberando o térreo para lojas e espaços abertos. Ou uma torre recuada abrigará piscina e quadra esportiva no topo da área comercial do condomínio.
Essa deverá ser a configuração predominante dos empreendimentos aprovados a partir do Plano Diretor atual de São Paulo.
Construtoras buscam conciliar novo Plano Diretor e mercado fraco em SP
O documento estabelece, por exemplo, o estímulo a prédios de uso misto nas áreas consideradas eixos de transporte –aquelas a 150 metros em torno de corredores de ônibus ou no raio de até 600 metros de estações de metrô ou trem.
"Os projetos devem, cada vez mais, contemplar imóveis menores e funcionais, com soluções para o cotidiano", diz Oliver Gorham, diretor de novos negócios das incorporadoras Alfa Realty e MDL.
O Plano prevê ainda incentivos às empresas que construírem empreendimentos com a chamada "fachada ativa", com áreas para o comércio e criação de espaços de uso público –terrenos particulares abertos à população.
Segundo Gorham, as regras do Plano Diretor estimulam empreendimentos mais criativos. Ele observa que, ao mesmo tempo, cada projeto tende a ser mais complexo, à medida que a construtora terá que avaliar a demanda por unidades residenciais na região e o tipo de comércio compatível com o lançamento.
PRATICIDADE
De acordo com as construtoras, o uso múltiplo desses imóveis pode fazer com que os projetos se tornem viáveis (se paguem e sejam rentáveis), por contemplarem pontos comerciais e residenciais, e as empresas dependerem menos de um tipo de produto.
Para Josué Lucianelli Júnior, gerente de lançamentos da construtora e incorporadora Even, os projetos devem se empenhar em atender famílias que buscam praticidade.
Segundo ele, os empreendimentos mistos acabarão por substituir os chamados "condomínios-clube" –que concentravam serviços na parte interna, com frentes muradas e ocupando quadras inteiras.
"Quando uma região tem o uso misto consolidado, não é preciso pegar o carro o tempo todo. A necessidade de locomoção diminui naturalmente", afirma Lucianelli.
Desestimular o uso de carros é justamente uma das metas com o novo Plano. Daí a intenção de ter mais pessoas morando onde o transporte coletivo é mais farto e o limite de uma garagem por unidade nessas áreas.
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MAIS CAROS
Apesar de enxergar oportunidades com o uso misto dos empreendimentos, as empresas alegam que é preciso convencer o comprador a mudar hábitos e querer morar em imóveis bem localizados, mas com uma vaga, ou a pagar mais por apartamentos no meio dos bairros.
Mirella Parpinelli, diretora-geral de atendimento da imobiliária Lopes, pondera que os imóveis que surgirão a partir do Plano Diretor atual ainda esbarram em problemas da vida real, como o transporte público precário.
Para ela, o mercado de usados vai se valorizar, e o comprador que não quiser se adequar aos novos projetos vai preferir reformar um apartamento antigo, que seja bem localizado e com mais de uma vaga de garagem, mesmo que perca as vantagens de um imóvel novo.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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