Executivos do Google e do Facebook dizem como Brasil pode inovar

Para Berthier Ribeiro-Neto, diretor de engenharia do Google para a América Latina, o estímulo às start-ups (empresas iniciantes de base tecnológica) deve estar na rota do Brasil para estimular a inovação no país. Segundo Alexandre Hohagen, vice-presidente do Facebook na América Latina, educação e carga tributária são aspectos importantes.

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Veja o que os executivos das duas gigantes mundiais de tecnologia pensam sobre o futuro da inovação no Brasil.

"[O Brasil pode inovar] com três passos fundamentais. Primeiro, estimular e promover a disponibilização de capital de risco para empresas nascentes, as start-ups. O sucesso de empresas de inovação é diretamente dependente da abundância de capital de risco, o qual continua escasso no Brasil. Segundo, selecionar um pequeno grupo de universidades de elite no país e fortalecê-las mediante investimentos grandes centrados em qualidade da pesquisa e impacto dos resultados na geração de novas tecnologias que alcançam o mercado. Isso importa porque inovação é quase sempre criada por jovens brilhantes que quase sempre vão estudar nas melhores universidades. Terceiro, criar legislação específica de impostos, salários e formas alternativas de compensação para empresas nascentes de inovação. É preciso flexibilizar as formas de remuneração de modo a melhor alinhá-las com os fatores motivacionais preponderantes em empresas de inovação, que seja execução totalmente centrada na nova tecnologia sem preocupação imediata com geração de receita e a possibilidade de grande recompensa no futuro para todos."
Berthier Ribeiro-Neto, diretor de engenharia do Google para a América Latina

"São várias as dimensões em que podemos ser inovadores como país. Algumas delas estão em diminuir, por exemplo, a carga tributária para empresas inovadoras, estimular a adoção de novas tecnologias educacionais e investir formalmente em inovação. Inovação pode ser um fator determinante de desenvolvimento de um país. Hoje ainda estamos muito focados em produção e commodities e não olhamos muito para inovação. E quando olhamos para o brasileiro, que é extremamente criativo, vemos que não estamos aproveitando essa virtude em todo o seu potencial. O governo brasileiro já deu passos importantes, mas ainda falta trazer o conceito formal de inovação para dentro do nosso país."
Alexandre Hohagen, vice-presidente do Facebook na América Latina