Publicidade
07/10/2012 - 06h37

Anjos de Harvard abrem portas para start-ups no Brasil

FELIPE GUTIERREZ
DE SÃO PAULO

O grupo é heterogêneo: há profissionais de gestão de investimentos, de tecnologia da informação, de varejo, de advocacia. Em comum, o fato de todos serem brasileiros e terem sido alunos da Universidade Harvard, nos EUA.

Cinquenta brasileiros que passaram pela instituição formaram, no primeiro semestre, um clube de investimento anjo que irá fazer aportes entre R$ 300 mil e R$ 800 mil em cada empresa que considerarem promissoras.

Simon Plestenjak/Folhapress
Luciana Tornovsky fez mestrado em direito em Harvard e ajuda a selecionar empresas brasileiras que receberão investimento
Luciana Tornovsky fez mestrado em direito em Harvard e ajuda a selecionar empresas brasileiras que receberão investimento

Os ex-alunos referem-se a si mesmos como "alumni", palavra latina usada para designar estudantes ou graduados de uma universidade.

Sites de varejo pagam internautas que atraem compradores
Brasil tem 13 milhões de empreendimentos
Executivos do Google e do Facebook dizem como Brasil pode inovar
Pequeno empresário deve trabalhar com foco, diz consultor

A ideia é criar um grupo de pessoas "qualificadas, competentes, que sejam um time analisando empreendimentos para investir", diz Andrea Seibel, 36, diretora da Leo Madeiras, advogada que integra o grupo.

A vantagem de ter gente de vários perfis é a "inteligência coletiva", destaca outro membro do clube, Benjamin Quadros, presidente de uma empresa de softwares.

"Usamos o 'know-how' de vários setores [TI, logística, varejo etc.] na hora de decidir se fazemos um investimento", completa.

A advogada Luciana Tornovsky, 37, sócia do Demarest & Almeida, dá exemplos de como ela avalia se vale investir em um empreendimento: "Pergunto se eles têm financiamento em aberto, como os funcionários são registrados e se os contratos são escritos e formalizados".

CONSULTORIA DE ELITE

Além de investir, os "alumni" de Harvard também podem ajudar as novas empresas abrindo caminhos. "Temos contatos e experiência para passar", diz Magnus Arantes, 40, um dos anjos.

Arantes é o principal responsável pela existência dos Anjos de Harvard no Brasil.

Alessandro Shinoda/Folhapress
O empresario Magnus Arantes, 40, em sua empresa, responsavel pela criação do clube de ex-alunos brasileiros
O empresario Magnus Arantes, 40, em sua empresa, responsavel pela criação do clube de ex-alunos brasileiros

O empresário, formado em engenharia, é sócio de uma gestora de investimentos.

No segundo semestre do ano passado, os membros do conselho dos Anjos de Harvard o chamaram para que implementasse o clube aqui. Arantes visitou os clubes de Paris, de Londres, de Nova York e de São Francisco (que foi o primeiro a ser implementado, em 2007).

"Peguei um monte de informação e voltei para casa." O passo seguinte foi conversar com "alumni" brasileiros. Arantes juntou outros 49 membros, organizados em comitês: o de administração do clube, o de questões legais, o que busca projetos e seleciona empreendedores e outro de mentores, que orientam os selecionados (até agora, não houve um único escolhido).

ACESSO

Há três caminhos para um empreendedor chegar até o grupo. O primeiro é o mais exclusivo: também ser um "alumni" de Harvard. Há uma rede na internet para ex-alunos.
Outro é ser indicado por alguém que os anjos conheçam. Por exemplo, fundos de investimento que veem o negócio como promissor, porém pequeno para receber financiamento de grande porte.

A terceira maneira, para os empreendedores em geral, é se inscrever pelo site do clube (http://gust.com/angel-group/harvard-business-school-angels-of-brazil).
Arantes diz que por esse canal chegam muitos projetos -bons e ruins. E conta que recebeu uma proposta para que o clube investisse em um casa noturna gay na cidade de Jundiaí. "Não é o perfil do que procuramos."

HISTÓRIAS DOS ANJOS

Em 1993, o engenheiro Magnus Arantes, hoje um dos anjos de Harvard no Brasil, largou o emprego e fundou uma empresa que produzia softwares para cálculos de engenharia. Em 2000, vendeu a companhia e se matriculou em um programa em Harvard para donos de empresas. Os estudantes ficam um mês na escola de negócios e repetem o programa durante três anos.

A advogada Luciana Tornovsky, 37, começou o mestrado em direito em Harvard depois de se formar na mesma área em São Paulo. Nos EUA, especializou-se em fusões e aquisições. Voltou para o Brasil para trabalhar no escritório Demarest & Almeida. A contribuição de Tornovsky é analisar se as start-ups têm problemas jurídicos que as impeçam de receber aportes.

 

Publicidade

 
Busca

Busque produtos e serviços


pesquisa

Publicidade

 

Publicidade

 

Publicidade
Publicidade

Publicidade


Pixel tag