Sucesso de aceleradora de negócios depende de coordenadores
FELIPE GUTIERREZ
DE SÃO PAULO
Airbnb, avaliado em U$ 1,3 bilhão, e o Dropbox (U$ 4 bilhões) são alguns dos negócios que passaram pela aceleradora Y Combinator, que fica no Vale do Silício, nos Estados Unidos e é considerada a mais bem-sucedida do mundo. Um dos sócios, Garry Tan, 32, conversou com a Folha.
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Folha - Quantas start-ups costumam se candidatar?
Garry Tan - Entre 5.000 e 6.000 por ano. Todas as fichas são analisadas por ex-participantes do programa, que precisam dizer "talvez" ou "de jeito nenhum" para cada candidato. As inscrições que passam nessa fase são lidas pelos sócios. Os 250 melhores vêm para cá para entrevistas de dez minutos. A gente dá a resposta cinco minutos depois disso.
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Não é pouco?
Podemos dizer que estamos bons em decidir isso em dez minutos, mas é claro que cometemos erros.
E quantas empresas que passam pela Y Combinator conseguem financiamento?
Nós não damos números específicos. Mas cerca de 80% a 90% dos negócios levantam pelo menos U$ 200 mil no 'demo day' (evento no fim do processo em que as start-ups são apresentadas a investidores). A média é cerca de U$ 700 mil. E algumas levantam muito: a Airware conseguiu U$ 10,7 milhões.
E como é o programa?
Há duas partes: os jantares e as horas de escritório, em que nós sentamos com as empresas e pensamos no que elas devem fazer. Geralmente elas já sabem.
Eles usam seu escritório?
Não damos espaço [para eles trabalharem]. Os escritórios de coworking podem ser perigosos. Geralmente as aceleradoras arrumam um lugar caro e chique e enchem a vida das pessoas com encontros, mas o ideal é que elas gastem tempo fazendo programação, ou seja, desenvolvendo produtos e conseguindo usuários.
Do que o programa do governo brasileiro precisa para dar certo?
O sucesso depende de quem coordena as aceleradoras. Se for algo tocado por caras do mercado financeiro, será perigoso. Eles não sabem o que é preciso fazer para criar uma empresa. No primeiro dia de Y Combinator, as pessoas ganham uma camiseta na qual está escrito: "Faça algo que as pessoas queiram". É um mantra incrivelmente simples, mas funciona. Desenvolver planos de negócios como se eles fossem grandes empresas, passar muito tempo em eventos, tentar ficar famoso: fundadores fazem muito isso e nunca ajuda.
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