Com apenas três cilindros, nova geração do 1.0 da VW estreia no Fox BlueMotion
EDUARDO SODRÉ
EDITOR-ADJUNTO DE "VEÍCULOS"
A VW entrou na era dos carros 1.0 com um improviso: o motor do primeiro Gol 1000 (1993) era, basicamente, uma redução do velho CHT de origem Renault, que foi herdado pela Ford nos anos 1960.
A mistura resultou em 50 cv e desempenho pífio, mas compatível com o que era oferecido pelo rival Fiat Uno Mille.
O tempo passou, e a Volks lançou seu próprio 1.0 em várias configurações. Teve até o 16V Turbo (112 cv), cuja complexidade assustou os clientes conservadores da marca.
Divulgação | ||
Fox Bluemotion parte de R$ 32.590 na configuração de duas portas e de R$ R$ 34.090 na de quatro; ar-condicionado é opcional |
É por isso que a montadora está sendo cautelosa ao lançar o novo 1.0 três cilindros flex. Ele estreia inicialmente apenas na versão BlueMotion do Fox (R$ 32.590) e conviverá com o "mil" de
quatro cilindros por um bom tempo.
O objetivo é deixar o consumidor livre para escolher, até que a nova tecnologia seja assimilada pelo mercado.
FÔLEGO EXTRA
Num primeiro contato com o carro, nota-se que o propulsor antigo não deixará saudade. A maior potência do motor de três cilindros (82 cv) nem é sua maior qualidade, mas, sim, como ele trabalha.
O torque aparece cedo e se mantém por uma ampla faixa de rotação. Com isso, um pouco mais de pressão no acelerador é suficiente para recuperar o pique em situações em que o Fox 1.0 convencional (76 CV) pediria redução de marcha.
"Nas avaliações que fizemos com clientes sem revelar o que havia sob o capô, a maioria achava que se tratava de um motor maior", disse José Loureiro, gerente de engenharia da Volkswagen.
O VW não será o primeiro motor 1.0 três cilindros flex do mercado nacional, primazia que coube ao Kia Picanto e, depois, ao Hyundai HB20. Mas os alemães eliminaram o tanquinho de partida a frio.
Outras soluções técnicas foram adotadas para reduzir vibrações e melhorar o rendimento. A direção eletro-hidráulica é outra novidade da versão BlueMotion, que traz ainda indicador de trocas de marchas no painel –o sistema ajuda a poupar combustível.
Fazendo as trocas de acordo com as instruções, o computador de bordo registrou consumo próximo a 18 km/l na estrada, com gasolina. O carro ainda passará pelo teste Folha-Mauá, quando as médias serão aferidas.
No fim da primeira avaliação, o novo motor deixou uma ótima impressão. Em breve estará no pequeno Up!, que deve ser lançado ainda neste ano. E, num futuro não muito distante, o 1.0 três cilindros terá opção turbo no Brasil. É a reinvenção do carro "mil".
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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