Harley XR 1200X quer virar lenda ao se aposentar no Brasil no fim deste ano
GUILHERME SILVEIRA
DE SÃO PAULO
Jeitão de poucos amigos e motorzão envenenado de 92 cv são os ingredientes que fazem da Harley XR 1200X uma moto de tocada singular.
Faziam, pois o modelo deixou de ser fabricado nos EUA. As últimas unidades zero-quilômetro estão à venda no Brasil e devem virar relíquia.
A Folha testou a moto, que descende das míticas Harleys dos anos 1970 feitas para dirt-track, cultuadas corridas em circuito oval de terra.
A atual, apesar do estilo, está longe de ser uma "chopper" autêntica. Tampouco é uma esportiva pura. Mas seu preço está 7% acima da irmã 1200 Custom -custa a partir de R$ 37,4 mil.
Espécie de ovelha negra da família, a XR envelheceu após a renovação de outros modelos da Harley, o que acelerou a sua aposentadoria.
Das irmãs de berço, a "X" só herda o motor V2 refrigerado a ar (que esquenta bastante) e os comandos firmes da embreagem e do câmbio, um tanto inconvenientes para seu uso diário urbano.
Divulgação | ||
ESPINGARDA CANO DUPLO
O banco é alto e duro, e a posição de "pilotar" não favorece os menos atléticos. Além disso, o motor de 1.200 cc gosta de girar alto. Abaixo de 2.500 rpm, ele reclama e é pouco suave, bem diferente de uma custom comum.
Parte do desconforto, porém, é compensado pelo escape tipo espingarda de cano duplo, que sabe roncar alto como o das mais brabas Harley-Davidson.
Outro destaque do modelo fica por conta do painel, que incorpora conta-giros analógico e velocímetro digital -quase uma heresia para os puristas da marca.
O acabamento, por outro lado, mantém a tradição: é caprichado e minimalista, com pintura em preto fosco em boa parte das peças mecânicas.
A suspensão traseira Showa traz sistema bichoque, com úteis regulagens por meio dos reservatórios a gás. Na dianteira, há parrudas bengalas invertidas. Firme, o sistema permite contornar curvas com segurança. Até mesmo por causa dos largos pneus e das pedaleiras mais altas.
Mesmo "fortinha" (são 260 kg), a XR mostra ser obediente em desvios rápidos de trajetória e é uma das únicas HD a superar os 190 km/h de máxima. Mas não há freios ABS nem como opcionais.
Em resumo, a XR foi feita para agradar a excêntricos e, neste momento, promete virar uma lenda do mundo das duas rodas em pouco tempo.
Divulgação | ||
STATUS DE 'RELÍQUIA' MANTÉM PREÇO ELEVADO
O fim do ciclo de vida de um produto costuma ser marcado por promoções, principalmente no segmento de veículos de luxo. Mas as últimas unidades da Harley-Davidson 1200 XR estão sendo ofertadas a partir de R$ 37,4 mil -preço de tabela.
Segundo vendedores consultados, grandes descontos não estão sendo concedidos, pois os modelos usados, que têm boa procura nas lojas, acabam mantendo o patamar da nova elevado.
"As Harley que saem de linha tendem a virar relíquia em poucos anos", diz José Neto, gerente de uma autorizada da marca em Brasília.
A concessionária informa que comercializa uma XR com um ano de uso por cerca de R$ 32 mil, deságio de aproximadamente 15% em relação a uma nova.
Em São Paulo, o modelo é oferecido com entrada de 50% e saldo restante dividido em até 36 vezes, com juros de 0,49% ao mês. Sinal de que há margem para algum desconto à vista.
+ DESTAQUES DE VEÍCULOS
+ Livraria
- Livro traz poemas curtos em japonês, inglês e português
- Conheça o livro que inspirou o filme "O Bom Gigante Amigo"
- Violência doméstica é tema de romance de Lycia Barros
- Livro apresenta princípios do aiuverda, a medicina tradicional indiana
- Ganhe ingressos para assistir "Negócio das Arábias" na compra de livro
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade