Diferenças entre negros e não negros no mercado de trabalho diminuem em SP

Estudo realizado pela Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados) e pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), a partir das informações da Pesquisa de Emprego e Desemprego, mostra que, embora ainda importantes, foram menores as diferenças na inserção de negros e não negros no mercado de trabalho da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) em 2011.

Governo quer mais mulheres em profissões dominadas por homens
Brasil é o 14º país com mais alunos em universidades dos EUA
Empresas estão menos burocráticas, dizem funcionários

O segmento de negros é composto por pretos e pardos e o de não negros engloba brancos e amarelos.

A diferença entre as taxas de desemprego total de negros e não negros diminuiu sensivelmente nos últimos anos, embora a do primeiro segmento ainda supere a do segundo, em 2011 (12,2% e 9,6%, respectivamente). Essa diferença, de 2,6 pontos porcentuais, correspondia a 7,2 pontos, em 2002.

	Márcia Ribeiro/Folhapress
	Negros ainda são maioria em setores menos especializados como Construção e Serviços Domésticos

Em relação à inserção por setor de atividade, a participação de não negros foi ligeiramente superior na área de Serviços, Indústria e Comércio.

Os setores em que a proporção de negros superava a de não negros - Construção Civil e Serviços Domésticos - são aqueles em que predominam postos de trabalho com menores exigências de qualificação profissional, remunerações mais baixas e relações de trabalho mais precárias, sendo, por consequência, menos valorizados socialmente.

As informações sobre os rendimentos do trabalho de negros e não negros na RMSP demonstram a permanência de desigualdades há muito tempo identificadas no mercado de trabalho.

As razões mais evidentes dessa situação, em que o rendimento médio por hora de negros (R$ 6,28) representava 61% daquele recebido pelos não negros (R$ 10,30), em 2011, residem nas diferentes estruturas ocupacionais em que esses segmentos estão inseridos.

Apesar de patamares muito distantes, o crescimento um pouco maior do rendimento por hora dos negros (1,7%) em relação ao dos não negros (0,7%), entre 2010 e 2011, reduziu, ainda que muito timidamente, essas diferenças.