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09/12/2012 - 05h00

Escritor americano dá dicas para lidar com adiamentos crônicos de tarefas

ANNA CAROLINA RODRIGUES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O pesquisador norte-americano Piers Steel é um especialista nas áreas de motivação e procrastinação.

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Em seu último livro, "A Equação de Deixar Para Depois" (ed. Best Seller, 280 págs, R$ 32,90), ele explica o que leva as pessoas ao hábito de adiar tarefas e dá dicas de como lidar com isso. O autor deu entrevista por e-mail. leia trechos a seguir.

Divulgação
Professor Piers Steel ensina como adiar sem prejudicar a carreira
Professor Piers Steel ensina como adiar sem prejudicar a carreira

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Folha - Do que é composta a equação de deixar para depois?

Piers Steel - Ela tem três fatores: falta de autoconfiança em nossa capacidade para completar a tarefa; achar que o que se tem para fazer é chato ou desagradável e ser um profissional muito impulsivo. Ou seja, tendemos a adiar as coisas e nos falta motivação quando temos dúvidas de nossas habilidades, quando odiamos fazer a tarefa ou temos insensibilidade a atrasos.

Por que nós procrastinamos?

Já faz parte da mistura que estrutura nossos cérebros. O lugar da razão e do planejamento é o córtex pré-frontal do cérebro. Ele é ativado quando pensamos sobre o que devemos fazer amanhã, por exemplo.

Já as emoções e os desejos ficam no sistema límbico. Essas duas áreas do cérebro nem sempre se entendem. Por exemplo, sabemos que devemos ir ao dentista, mas, ao pensar em estar sob a broca, nos vemos motivados a adiar.

Isso acontece para outros objetivos também, como dieta ou estudo. Em cada caso, o longo prazo seria melhor, o problema é que mudamos de ideia e acabamos deixando sempre para 'amanhã'.

Como um contratante pode identificar um "procrastinador crônico"?

Não é fácil. Procrastinar é o ato de adiar uma situação mesmo que ela possa ficar pior no futuro. Mas isso pode variar com o perfil de cada um. Há quem tente ver a própria inação autodestrutiva como uma escolha ponderada.

Por exemplo, é errado pôr de lado a carreira para passar mais tempo com a família? Depende. Algumas pessoas apreciam o modelo de trabalho com foco no sucesso e se ressentem do tempo gasto longe do trabalho e, assim, acabam perdendo jantares de família ou peças de teatro da escola.

Outros preferem priorizar o foco na família. Para o observador casual, é difícil dizer se essa escolha é procrastinação ou se é uma decisão proposital.

Existem técnicas para combater os adiamentos sucessivos?

Sim. Mas existem três que podem ser postas em prática mais rapidamente. Não brinque no trabalho: quem nunca tentou fazer uma pausa e se viu surfando na internet horas depois? Acontece.

Para evitar isso, criei um outro usuário para conectar no computador, um alter ego com uma tela de fundo diferente. Quando preciso de uma pausa, mudo de uma para a outra. Com essa separação eletrônica, passei a fazer pausas apenas quando realmente preciso.

E as outras?

A segunda é trabalhar a autoestima. Se você acha que não poderia escrever um trecho de um livro, nem comece. Em outras ocasiões nos sentimos muito confiantes e podemos subestimar o tempo e o esforço para completar uma tarefa.

O equilíbrio ideal é quando se tem fé suficiente em si mesmo para lidar com os projetos, mas não a ponto de se esquecer de que eles são difíceis. Ler sobre profissionais de sucesso que tiveram dificuldades pode ser uma inspiração.

A última dica é fracionar as tarefas. Sob um ponto de vista emocional, respondemos melhor ao curto prazo. Para muita gente, a parte mais difícil é começar.

Feito isso, percebe-se que a tarefa não é uma dor de cabeça tão grande. Cumprir um prazo curto cria impulso e nos ajuda a enfrentar metas maiores.

 

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