Calendário do pré-sal ajuda quem busca pós na área do petróleo

O mercado de petróleo e gás no país vai intensificar as contratações de mão de obra especializada para dar conta da demanda do pré-sal.

A expectativa do setor é que a procura por especialistas se acelere principalmente a partir de 2016 e cresça nos anos seguintes.

A Petrobras estima que os investimentos pesados no campo de Libra, o primeiro do pré-sal, licitado no ano passado, comecem apenas em 2017.

O calendário é favorável para quem ainda precisa se especializar nesse nicho de mercado.

"Existem cursos específicos de curta duração, com menos de 360 horas, para engenheiros sobre perfuração de petróleo. Deve-se buscar uma especialização forte nessa área", afirma

Mirelle Philomeno, gerente da empresa de recrutamento Manpower Specialist.

	Rich Press/Bloomberg
	Demanda de contratações para atender pré-sal deve crescer a partir de 2016

Além de engenheiros, o mercado carece de geólogos e geofísicos –profissionais que estudam as características de áreas que têm potencial para a exploração. "Essas são as profissões do momento", diz Philomeno.

A escassez de profissionais nessas áreas de formação é sentida na Petrobras. As carreiras de nível técnico são a grande preocupação.

"Faltam profissionais nas posições de nível técnico em geologia e geofísica. É comum termos ou que abrir um curso técnico para atender a demanda ou alocar profissionais com nível superior nestas posições", diz José Bucheb, da Universidade Corporativa da estatal.

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A pressão pela qualificação forçou a Coppe/UFRJ (instituto de pós-graduação e pesquisa de engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro) a reduzir o tempo de conclusão dos cursos.

"Quem ingressar nos 13 programas da Coppe nos próximos anos vai sair com graduação e mestrado em seis anos. O normal seria em sete", explica o diretor acadêmico Fernando Rochinha.

Editoria de Arte/Folhapress

ESPECIAL PÓS-GRADUAÇÃO Trabalho pesado

Programas de pós-graduação ligados à área do petróleo da instituição serão os primeiros a testar a medida.

Da fase inicial de investigação de um poço de petróleo à exploração, os ganhos para quem tem qualificação no setor chegam a até R$ 50 mil, no caso de gerente de plataforma, segundo levantamento da empresa de recrutamento Michael Page.

A consultora em perfuração de poços, Carolina Barros, 29, é retrato do aquecimento do setor. Antes de concluir o mestrado em engenharia oceânica pela Coppe, ela foi contratada por uma petroleira americana.

REMUNERAÇÃO

A profissional diz que ganha acima da média do mercado. "Ninguém começa ganhando menos de R$ 5.000. Quem tem especialização tem um teto salarial bem superior com progressão de ganhos mais rápida", explica.

	Daniel Marenco/Folhapress
	Carolina Barros é consultora de perfuração de poço; ela foi contratada por petroleira dos EUA antes de concluir mestrado

Para a consultora, a complexidade da exploração de petróleo exige dos profissionais uma formação a mais.

"Só a graduação não é suficiente. É preciso buscar um estudo a mais para entrar e se firmar. O mestrado dá mais segurança, ainda mais nas operações de emergência que preciso fazer durante a perfuração de um poço."

O diretor acadêmico da Coppe/UFRJ, reforça a necessidade da qualificação no setor.

"O Brasil vai fazer procedimentos ainda desconhecidos para prospectar petróleo em profundidades maiores. Será a pesquisa especializada que vai trazer a solução de que precisamos", avalia Rochinha.

	Editoria de Arte/Folhapress