Em período de crise, é momento de investir em formação
TAÍS HIRATA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Com o cenário travado no mercado de trabalho, profissionais aproveitam para investir em formação.
"É um momento em que as pessoas se lembram do fator empregabilidade. Alguns são pegos de surpresa e têm que correr atrás", diz Ricardo Fasti, diretor da BSP (Business School São Paulo), escola que, no último semestre, registrou aumento de 30% no número de inscritos.
A tendência é confirmada pelo pró-reitor de pós-graduação da FMU, Angelo Palmisano. "Observamos queda nas inscrições da graduação, mas a procura pela pós continua estável."
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A demanda por cursos de aperfeiçoamento cresce também na FGV Management, segundo o diretor, Paulo Lemos. "Na crise, o profissional quer o máximo de preparo para não perder sua vaga, corre para melhorar deficiências."
Fabio Braga/Folhapress | ||
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Lia Martello, 24, publicitária |
FORA DO MERCADO
Mas, para quem está sem emprego, vontade não basta.
Desempregada há quatro meses, a publicitária Lia Martello, 24, planeja uma pós em produção de eventos, até já escolheu o curso. Mas só vai se inscrever em 2016. "Por questão de dinheiro, vou ter que deixar para depois", diz.
Segundo o diretor de recrutamento da Stato, Heitor Peixoto, mesmo com limitações financeiras há alternativas para investir na formação ainda neste ano. Ele sugere cursos de menor duração.
O gerente da Michael Page, Ricardo Rocha, também recomenda especialização mais curta ou curso de línguas para quem está fora do mercado de trabalho. "Assim, o profissional já mostra ao empregador que está ativo."
Alguns especialistas defendem a pós como melhor ferramenta para voltar ao mercado. "O curso ajuda a melhorar o desempenho, que é o que importa para as empresas", diz Peixoto, da Stato.
Lemos destaca ainda que formação sólida ajuda na rotatividade. "As pessoas não trabalham a vida toda numa empresa, elas transitam. Para fazer esse jogo, é preciso mostrar bom currículo."
NOVOS ARES
Formado em engenharia mecânica, Matheus Meira, 28, trabalha numa consultoria de empresas há um ano e meio. Em agosto, parte para cursar um MBA na França, na escola de negócios Insead. Para ele, será um jeito de impulsionar a carreira.
"No dia a dia, esbarrava em assuntos de administração, finanças, que não estudei a fundo na faculdade", diz.
De acordo com Fasti, da BSP, enveredar-se por outras áreas é boa aposta. "É mais eficaz você ampliar suas opções, adquirir habilidades. Seguir no mesmo campo não alavanca empregabilidade."
Expandir o horizonte profissional é o objetivo, por exemplo, de Anderson Rodrigues, 38 anos, que trabalha há cinco como gerente de um restaurante em São Paulo.
"Achei que minha graduação em hotelaria era pouco e queria me aperfeiçoar", conta. Optou por um curso em gestão de negócios, no Centro Universitário Senac.
Já no final dos estudos, ele planeja abrir seu próprio estabelecimento. "Antes, enxergava só a parte de serviços do restaurante. Agora, eu entendo sobre o plano de negócios por trás, acredito que já tenho condições de administrar meu espaço", diz.
Mas, por enquanto, os projetos vão ficar no papel. "Vou esperar a economia dar uma melhorada. Não estou em posição financeira que me permita errar."
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