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28/01/2016 - 02h00

Para ajudar os filhos a estudar um novo idioma, pais não devem forçar a barra

DIEGO IWATA LIMA
DE SÃO PAULO

Como ajudar as crianças a fixar o aprendizado de línguas estrangeiras em casa? O segredo é a naturalidade.

Para especialistas no ensino de idiomas e educação infantil, os pais não devem fazer do lar uma segunda sala de aula para as crianças. Também não é boa ideia fabricar um cenário estrangeiro artificial.

"O mundo das crianças hoje já é repleto de oportunidades para o contato com outras línguas, em especial o inglês", afirma Neide Noffs, psicopedagoga e diretora da Faculdade de Educação da PUC de São Paulo.

"Se a criança se interessar por conta própria por músicas em outras línguas, ótimo. Mas colocar a música para tocar e ficar questionando a criança não é bom", complementa Noffs.

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Segundo Adriana Friedman, coordenadora do programa Mapa da Infância Brasileira e doutora em antropologia, forçar a barra em casa pode fazer com que a criança rejeite o aprendizado.

"Se ninguém na casa tiver o inglês como primeiro idioma, não há por que os pais falarem essa língua durante o jantar, para a criança treinar, por exemplo", afirma ela.

Além do risco de afastamento, pela pressão que uma situação artificial pode criar, as encenações são desnecessárias atualmente.

Por outro lado, se o contato com o idioma estudado fizer parte do cotidiano, não existem contraindicações.

Matilde e Felipe, filhos de Roxanna Debeuz, coordenadora de português, inglês e espanhol na escola bilíngue Builders, aprenderam as três línguas ao mesmo tempo.

Uruguaia, Roxanna se casou com Luiz, que é brasileiro. Em casa, as crianças, que já estudavam num colégio com currículo em inglês, acabaram tendo contato natural com as outras duas línguas.

"Eles aprenderam com tranquilidade. Porque, além de já terem a facilidade da idade, eles não enxergavam o processo como algo forçado. Queriam aprender por se tratar de algo útil para o cotidiano", diz.

POR QUÊ?

Maximina Freire, doutora em educação e professora do departamento de inglês da PUC-SP, defende que não se deve forçar uma criança a estudar um idioma num curso, sem explicar a ela o que isso significa.

O correto é mostrar que vantagem pode vir daquele aprendizado, explica ela.

"A criança é imediatista. Se ela entender que saber inglês pode, por exemplo, fazer com que ela se saia melhor em um jogo de videogame em que ela está interessada, é mais provável que ela vá buscar esse recurso", diz.

Outra estratégia eficaz para engajar as criança no estudo de idioma é ligar o aprendizado a uma meta que possa ser palpável.

"Pode-se dizer à criança que, falando inglês, ela poderá aproveitar melhor uma viagem com a família aos parques dos Estados Unidos, por exemplo", exemplifica a psicopedagoga Neide Noffs.

 

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