Ensino de um segundo idioma para crianças envolve canções e brincadeiras
RICARDO BUNDUKY
DE SÃO PAULO
Em qualquer que seja o idioma, as palavras "lúdico" e "divertido" fazem parte do vocabulário das crianças.
Segundo especialistas, o aprendizado de uma língua estrangeira ocorre de forma natural, através de situações que remetam ao cotidiano e do contato com objetos.
"A criança aprende brincando, então o vocabulário precisa ser contextualizado", diz Sonia Cury, diretora do Centro Britânico. Para isso, podem ser usadas estratégias como narração de histórias e exibição de vídeos e músicas.
"Os pais têm dificuldade de entender. Às vezes perguntam ao filho como se diz parede e a criança não sabe. É porque está fora de contexto", complementa ela.
E, claro, também é preciso colocar as mãozinhas na massa, seja para fazer uma salada de frutas na aula de culinária, ou para plantar uma hortaliça na de jardinagem.
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"Quanto mais sensorial for a experiência, mais a criança vai reter. A memória terá outros recursos além da fala", diz Silvia Corrêa, diretora acadêmica da Alumni.
"Não adianta querer ensinar palavras relacionadas à alimentação, como frutas, e dar uma lista de palavras. É uma maneira muito chata", afirma Ana Paula de Lima, professora do departamento de metodologia da UFSCar (federal de São Carlos).
Pode soar sofisticado, mas, para atiçar a curiosidade a favor do aprendizado, vale falar até de ciências. "São conceitos do dia a dia, como o 'push and pull' [puxar e empurrar], com o manuseio de ímãs", afirma Patricia McKay, diretora pedagógica do Cel.Lep.
As técnicas também envolvem o ensino de comandos, em músicas ou brincadeiras, que os pequenos respondem com alguma ação -como se sentar ao ouvir "sit down".
As irmãs Helena, 2, e Catarina, 4, alunas da Teddy Bear, entendem quando a mãe, Ana Carolina Nakazone, 40, chama para comer, dormir ou tomar banho em inglês e sabem expressar as emoções. "Quando está contrariada, a pequena diz: 'Mamãe, angry'", conta Ana Carolina.
'HELLO'
Depois que aprendem a estrutura da língua, os alunos continuam a ter atividades de vivência, só que mais complexas. Isso inclui simulações de aeroportos, em que conversam com um "agente de imigração", ou restaurantes, para pedirem as refeições.
O Centro Britânico realiza uma atividade em que alunos, a partir dos nove anos, recebem uma ligação em casa de um professor, com o conhecimento dos familiares.
"Fica mais difícil porque você não faz a leitura labial e gestual, que a gente também usa para se comunicar", diz Cury.
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