Mangá leva crianças a estudar japonês, e Peppa ajuda no russo
JULIO LAMAS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Para crianças e pais em busca de ensino de outras línguas, São Paulo tem opções de vários cantos do mundo. Entre elas estão japonês, sueco e holandês, por exemplo.
Com 20% dos alunos de origem chinesa, o Colégio de São Bento, no Centro, tem curso de mandarim para o público, além de aulas de português para estrangeiros. "No mandarim, há alunos italianos, portugueses e bolivianos", diz a coordenadora pedagógica do colégio, Juliana Wu.
"Em dois ou três anos, o aluno já possui uma boa base da língua e pode interagir normalmente com os nativos. Para quem gosta de verdade e não pensa apenas como investimento econômico, aprender mandarim é mais fácil ", afirma ela, acrescentando que junto ao curso são celebradas na escolas tradições chinesas, como as festas do Dragão, do Ano-Novo Chinês e o Dia Nacional.
Ao custo de R$ 270 por mês, alunos a partir dos seis anos têm duas horas do idioma por dia durante a semana ou aos sábados.
A procura pelo curso de japonês da ACBJ (Aliança Cultural Brasil-Japão) cresceu em anos recentes com o interesse por mangás e animes, mas a maioria dos alunos ainda é ligada à colônia, diz a coordenadora Cena Nishioka."De 6 a 11 anos de idade utilizamos o método dedutivo, com temas do dia a dia da criança."
Filho de pai descendente de italianos e espanhóis, e mãe de família libanesa, Lorenzo já apresentava aos quatro anos curiosidade e fascínio incomuns pela cultura japonesa dentro de casa. "Com essa idade, ele dizia que queria casar com uma japonesa e quando crescesse mudaria para o Japão. Agora, com 13 anos, ele estuda japonês desde os oito e quer fazer faculdade por lá", diz o pai, Ricardo Almeida, consultor técnico na área farmacêutica.
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Com aulas semanais nas manhãs de sábado, Lorenzo domina dois dos três complexos alfabetos do japonês, o hiragana e o katakana. De acordo com Almeida, o conhecimento em japonês facilitou a aprendizagem do inglês e espanhol por Lorenzo na escola e o ajuda a ser um aluno mais disciplinado.
Modelo semelhante ao da ABCJ é usado no Clube Eslavo, que ensina russo, bielo-russo, ucraniano e polonês. "Além de materiais como gibis, usamos o desenho da porquinha Peppa em russo, pois é uma linguagem cotidiana", diz a fundadora Snizhana Maznova.
Já no Personal Language Institute, além de uma metodologia voltada para crianças, também é possível fazer aulas em família para aprender sueco, norueguês e holandês.
"São línguas mais próximas do inglês, o que facilita bastante na aprendizagem da criança. Aqui, nosso curso de holandês é bastante procurado pelas famílias por ser indicado pelo Consulado Geral do Reino dos Países Baixos", comenta o coordenador Plínio Gherardi.
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