Para urbanistas, prédios novos se fecham para a 'vida de rua' da Paim
BIANCA ALVARENGA
DE SÃO PAULO
A substituição das casas e prédios antigos por novos empreendimentos na rua Paim mudou a configuração física e social da rua.
"Era de se esperar que um dia isso acontecesse ali. A região central está muito valorizada por causa da infraestrutura", diz Andreina Nigriello, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP e ex-diretora de planejamento metropolitano e territorial de São Paulo.
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Ela pondera que, embora os novos prédios tenham trazido segurança ao local, o processo substituiu, em apenas um ano, quase toda o espírito de "vida de rua" da Paim.
Historicamente ocupada por cortiços e pequenas casas, a via perde o aspecto tradicional e absorve a rotina da indústria imobiliária, com obras a todo vapor e corretores circulando pelas construções.
"É um fenômeno natural do mercado. Os terrenos ali eram baratos, mas a região central está muito valorizada", diz Claudio Bernardes, do Secovi-SP.
Nos últimos anos, as construtoras investiram em lançamentos de pequenos imóveis na Bela Vista, justamente apostando na boa localização da região.
"Não é defensável que a Paim continuasse como estava, mas os novos prédios são 'privativistas'", observa o urbanista Guilherme Wisnick.
Ele lembra que o Plano Diretor, aprovado em julho, sugere o oposto: integrar áreas de lazer do prédio à cidade como um todo
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