Publicidade
03/05/2015 - 01h30

Vilas em ruas sem saída enfrentam mudanças; preço e segurança pesam

MARINA ESTARQUE
DE SÃO PAULO

A proibição do fechamento de ruas sem saída em São Paulo e, mais recentemente, a intimação de moradores a regularizar ou retirar portões e cancelas têm provocado mudanças nas vilas, onde a prática é comum. Moradores temem que a medida diminua a segurança, além de desvalorizar os imóveis.

Quase 600 vilas já foram notificadas pelo fechamento de ruas em SP, diz prefeitura
Moradores de casas em ruas sem saída relatam diferentes experiências

"O grande diferencial dessas casas é a sensação de segurança. Há vilas charmosas que são totalmente abertas, mas uma fechada sempre tem maior potencial", diz Cristiano Verardo, da imobiliária Casas de Vila, especializada no segmento.

Os imóveis de vila, em geral, são entre 20% e 30% mais caros do que uma casa de rua, segundo especialistas. E a queda dos preços não é uma certeza, já que as ruas sem saída -mesmo que não tenham o acesso fechado- são naturalmente mais resguardadas da circulação de carros e pedestres.

"Conheço algumas vilas que já tiraram e colocaram o portão umas três vezes. Quando abrem, os moradores se organizam para garantir a segurança de outras formas, com câmeras ou um guarda", diz Sueli Aparecida Pacheco, sócia da imobiliária Pacheco Imóveis.

Favorável à manutenção dos portões, o vereador José Police Neto (PSD) diz que o impacto na segurança varia conforme o bairro. "Nos Jardins, que é uma zona já protegida, uma rua pode ser aberta. Mas vila não é só coisa de bacana. Há algumas nas periferias ou em conjuntos habitacionais que serão mais afetadas."

Ele diz acreditar que a decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo, de agosto de 2014, ameaça a própria existência das vilas, que ficariam sujeitas a "ataques do setor imobiliário", inclusive para a construção de prédios na área.

Editoria de Arte

ALÉM DA MODA

Apesar da desaceleração do setor imobiliário, a procura por casas de vila continua alta. Segundo profissionais que atuam nesse segmento, ele sofre poucas oscilações por ter um público fiel. "É sempre disputado, porque há menos oferta de vilas do que casas de rua, e a demanda é proporcionalmente maior", diz Verardo.

"Muitos compradores valorizam a convivência com os vizinhos ou o espaço para as crianças brincarem", acrescenta Mustafá Neser, da imobiliária MMG.

Mas, na esteira do mercado imobiliário em geral, os proprietários com unidades à venda estão mais dispostos a negociar. "Em 2013 e 2014, os preços estavam muito inflacionados. Agora estão desacelerando. Além disso, a vila deixou de ser uma modinha, uma febre, como era há quatro ou cinco anos", aponta Verardo.

As vilas costumam atrair solteiros ou casais jovens (que não têm filhos ou têm apenas um) e idosos. A principal razão é que a "típica casa de vila" tem em média dois quartos e cerca de cem metros quadrados.

ENTRE MUROS
Saiba como funcionam as vilas em ruas sem saída

Configuração dos imóveis
Em média, 100 m² e dois quartos

Situação de mercado
Modismo já foi superado, mas a demanda ainda é maior que a oferta

Vantagens
A maioria não cobra condomínio, mas pode ter taxas de manutenção; sensação de segurança; ideia de comunidade

Desvantagens
Muitas casas são geminadas, com pouca privacidade; imóvel pode ser antigo e precisar de obra; proximidade dos vizinhos

Sobre os portões
Rua sem saída não pode mais ser fechada. Bloqueios anteriores a 15/08/14 podem permanecer, se estiverem regularizados

 

Publicidade

 
Busca

Encontre um imóvel









pesquisa

Publicidade

 

Publicidade

 

Publicidade
Publicidade

Publicidade


Pixel tag