Vale do Silício encara mais concorrência pelo mundo
JONATHAN MOULES
DO "FINANCIAL TIMES"
Quando Peter Alfred-Adekeye fundou a Multiven, uma empresa de computação em nuvem, em 2005, estava no lugar óbvio para isso: o Vale do Silício, região dos EUA que abriga algumas das mais importantes companhias de tecnologia do mundo.
Cinco anos mais tarde, no entanto, ele transferiu sua operação para Zurique, cidade improvável para uma start-up (empresa iniciante de base tecnológica).
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"Não existe necessidade de vida ou morte de estar no Vale do Silício", ele afirma, apontando que a maioria dos seus 800 funcionários está espalhada pelo mundo.
Os programadores que ele emprega são mais fáceis de encontrar e custam menos em Zurique do que na Califórnia, porque há muito menos companhias competindo.
Outras cidades de todo o mundo estão formando fila para atrair start-ups, de Helsinque a Santiago.
OUTRAS OPÇÕES
Uma pesquisa mundial quanto a esses locais, chamada Start-up Genome, constatou que o Vale do Silício mantém considerável vantagem sobre os rivais, com 20% mais mentores e 35% mais empreendedores seriais do que a média mundial dos locais analisados. O capital médio arrecadado também foi 32% mais alto que a média.
O único país a representar uma ameaça aos EUA é Israel, que tem a maior concentração desse tipo de negócio fora do Vale do Silício. Saul Singer retrata esse sucesso no livro "Start-Up Nation".
O que Israel faz como país é aquilo que as start-ups fazem como companhias, afirma Singer. Sua população é formada principalmente por imigrantes, como em muitas empresas do Vale do Silício, e sua cultura de serviço militar compulsório faz com que os israelenses aprendam a se unir para trocar experiências.
"Israel mostra que o segredo do sucesso é aquilo que você acrescenta às ideias para criar inovações", diz.
Reprodução/Shutterstock | ||
Prédios comerciais em Santiago, cidade polo de start-ups |
Uma das cidades mais improváveis na lista da pesquisa é Santiago, que conta com a ajuda do Start-up Chile, uma iniciativa do governo.
Os participantes precisam se estabelecer no Chile pelos seis meses do programa e, em retorno, recebem um visto de trabalho de um ano e US$ 40 mil em capital inicial estatal.
O objetivo, além de criar um polo local de empresas, é fomentar o contato entre os empreendedores locais, afirma Sebastián Vidal, diretor-assistente do Start-up Chile.
"Os empreendedores sabem melhor do que ninguém onde as oportunidades estão", diz. "Saberão se o Vale do Silício, São Paulo, Tel Aviv ou Santiago lhes oferecem o que precisam em um momento específico."
O ponto não é lutar para fazer do país a próxima capital mundial das empresas iniciantes, diz Vidal.
"A questão da rivalidade entre os diferentes polos de inovação ignora que as start-ups passam por muitas fases", afirma.
Ele acrescenta que muitos dos participantes do programa vieram de cidades como Austin (EUA), Tel Aviv (Israel) e São Paulo, e que eles retornam a essas cidades depois do seu período no programa Start-up Chile, mas depois mantém vínculos com o país.
Tradução de Paulo Migliacci
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