Mulheres criam mais negócios, mas enfrentam falta de investimento
DA ENDEAVOR
Atualizado às 17h11.
O número de mulheres empreendedoras vem crescendo, mas isso não tem se traduzido necessariamente em sucesso.
Segundo estudo do Instituo Global de Empreendedorismo e Desenvolvimento, o número de empresárias que deseja que sua organziação cresça 50% e empregue, pelo menos, dez funcionários nos próximos cinco anos aumentou 7% mundialmente.
Leia também:
Além da discriminação, mulher enfrenta barreiras pessoais para crescer na carreira
Ausência de mulheres no alto escalão prejudica ambição de profissionais, afirmam executivas
Para que o plano vire realidade, porém, muitas barreiras sociais e econômicas precisam ser enfrentadas, como falta de investimento, desestímulo, educação precária e sexismo, que desaceleram o avanço das mulheres empresárias.
SXC | ||
Falta de investimento
Nos últimos anos, o número de mulheres que começaram a empreender cresceu muito, tanto no Brasil como em outros países. Atualmente, cerca de 30% de todos os negócios privados do mundo são operados ou têm como idealizador uma mulher.
Esse dado seria promissor, se não fosse por um fato: apenas uma pequena parcela dessas organizações consegue ser considerada de alto impacto.
Nos Estados Unidos, por exemplo, apenas 2% das empresas lideradas por mulheres geram mais de US$1 milhão em receitas anuais. Um estudo com empresas americanas identificou uma das causas: investimento desigual por parte de instituições financeiras.
Menos de 10% das empresas lideradas por mulheres recebem investimento externo. Estimativas demonstraram que, se essas mesmas organizações recebessem uma ajuda financeira igual às dos negócios dirigidos por homens, 6 milhões de empregos seriam gerados em apenas cinco anos.
Desestímulo no mundo empresarial
Além das dificuldades em relação ao investimento, as mulheres também encontram obstáculos na ascensão dentro do mundo empresarial. Por mais que 70% dos líderes de negócios concordem que a diversidade de gênero melhora a performance da organização, o número de mulheres em cargos altos dentro de empresas cresceu apenas 5% nos últimos quatro anos.
Esse cenário também é responsável pela queda na porcentagem de mulheres que desejam crescer dentro das empresas. Estudos revelam que, nos primeiros anos depois de entrarem em uma empresa, cerca de 60% das mulheres apresentam uma vontade de subir de cargo, mas esse número cai pela metade à medida que os anos vão se passando e elas não têm suas habilidades reconhecidas.
Depois de aproximadamente cinco anos, essas mesmas mulheres que desejavam ascender de cargo já se conformaram com a sua atual posição por acreditarem que não eram capazes ou não tinham as habilidades necessárias.
Mesmo com 80% dos empreendedores reconhecendo que muito ainda deve ser feito para que as mulheres sintam-se atraídas por cargos de liderança, apenas 13% acreditam que essas mudanças irão realmente sair do papel.
Esse desencorajamento no ambiente de trabalho é responsável pelo fato de 43% das mulheres dizerem que o medo de fracassar é o que faz com que elas não abram suas empresas, comparado com 34% dos homens.
Educação desigual
A educação é outro fator que, direta ou indiretamente, afeta as mulheres na hora de empreender. Em diversas partes do mundo, aproximadamente 62 milhões de mulheres são privadas do seu direito ao estudo.
Em uma pesquisa realizada na Austrália, 57% dos homens entrevistados declararam acreditar que tinham as habilidades e conhecimento necessários para abrir um negócio, em comparação com 30% das mulheres.
A falta do ambiente escolar também se reflete no quesito de networking, uma vez que as mulheres têm uma probabilidade menor de conhecer pessoas que tenham aberto algum negócio. Transformando isso em dados, 42% dos homens têm chance de conhecerem alguém que tenha começado a empreender nos últimos dois anos. Da parte das mulheres, esse número cai para 27%.
Sexismo
O sexismo, entendido como a discriminação baseada nos estereótipos de gênero, é um fator que permeia a caminhada da mulher desde a sua contratação por uma empresa até a hora em que ela deseja abrir seu próprio negócio.
Um estudo realizado nos Estados Unidos demonstrou que as mulheres eram mais contratadas pelas empresas que não pediam fotos nos currículos ou não sabiam o sexo da pessoa que estavam analisando.
Além disso, asmulheres ainda sofrem julgamentos desiguais em relação aos homens. Em geral, eles são julgados mais competentes em assuntos relacionados a negócios, fazendo com que fique mais difícil para as mulheres conseguirem um ambiente propício para o desenvolvimento dessas habilidades.
Esse cenário é ainda pior em setores como tecnologia e informática, no qual a presença feminina é extremamente baixa. Uma pesquisa realizada em 2015 apontou que a participação de mulheres nesse setor caiu 19%, mesmo com os avanços tecnológicos dos últimos anos.
O ambiente que temos hoje pode não ser o mais propício para as mulheres que desejam empreender, mas uma notícia é boa: as mudanças necessárias para que esse cenário mude podem começar com todos nós, dentro e fora da sua empresa.
Este artigo foi publicado originalmente no site da Endeavor. Leia aqui.
+ Livraria
- Livro traz poemas curtos em japonês, inglês e português
- Conheça o livro que inspirou o filme "O Bom Gigante Amigo"
- Violência doméstica é tema de romance de Lycia Barros
- Livro apresenta princípios do aiuverda, a medicina tradicional indiana
- Ganhe ingressos para assistir "Negócio das Arábias" na compra de livro
Publicidade
Publicidade
Publicidade