Publicidade
09/02/2013 - 07h22

Jovem está mais interessado em tablets do que em carros, diz 'pai' de Golf e Uno

JOSIAS SILVEIRA
DE SÃO PAULO

Entre as centenas de objetos desenhados por este italiano de 74 anos, muitos deles se espalham pelo Brasil afora, principalmente os automóveis. Giorgetto Giugiaro é uma das grandes expressões do design italiano, tanto que em 1999 foi eleito o Designer do Século em Las Vegas (EUA). Junto com seu filho Fabrizio, 48, dirigem a Italdesign Giugiaro, hoje parte do grupo VW.

Divulgação
Giorgetto Giugiaro e seu filho Fabrizio Giugiaro na abertura da exposição 45 Anos de Design Italiano - divulgação
Giorgetto Giugiaro e seu filho Fabrizio Giugiaro na abertura da exposição 45 Anos de Design Italiano

A imensa lista de objetos que saíram da prancheta de Giorgetto vão de colheres a um trem de alta velocidade (o ETR600 Frecciargento), passando por uma infinidade de produtos que incluem máquinas fotográficas Nikon e embalagens de óleo lubrificante. Nos carros, a lista vai desde o primeiro VW Golf (lançado em 1974 e que inspirou o primeiro Gol "quadrado") e o popular Uno (agora Mille) até esportivos como o Lamborghini Gallardo ou o DeLorean, astro do filme "De Volta para o Futuro".

Na exposição paulistana, há quatro exemplos do design de Giugiaro sobre rodas: o pioneiro Golf alemão (que nasceu para substituir o Fusca), o Structura (feito em 1998 para comemorar os 30 anos da Italdesign), o Quaranta (conceito hibrido alusivo aos 40 anos da casa italiana) e o Astek (outro carro conceito, de 1988).

Veja trechos da entrevista de Giorgetto Giugiaro à Folha na abertura da mostra paulistana.

Folha- Como surgiu o Golf?
Giorgetto Giugiaro - Num salão europeu de automóveis em 1969, executivos da VW e jornalistas escolheram os seis melhores carros. Quatro tinham meu design. Eles queriam uma solução economicamente viável para substituir o Fusca. Acho que acertei, já que foram vendidos sete milhões de Golf na primeira geração.

Como o senhor vê a sua profissão?
Hoje um designer é presidente de um grupo coreano [o alemão Peter Schreyer, da Kia] e os engenheiros devem se adaptar ao que ele quer. Pena que seja apenas um. Em outra visão, muito tempo atrás, dei um novo jogo de panelas para minha mãe. Mas ela continuou usando as velhas dizendo que gostava mais delas. Eu repliquei: "mãe, não faz isso que eu fico sem trabalho". O processo criativo é semelhante para fazer um carro ou uma caneca.
Hoje, muitos jovens não se interessam pelos carros, preferindo os tablets, celulares, outras tecnologias...
Se um jovem dá o mesmo valor a um carro e a um refrigerador, é preciso mostrar que o automóvel é algo diferente. Não é um produto, é um meio para se alcançar muitas coisas e [para chegar a] muitos lugares. Ele deve ser algo que inspire liberdade, transgressão...
Um amigo meu, pastor de ovelhas, sempre andou com um velho Opel [subsidiária da General Motors na Europa], típico de um morador rural. Um dia, ele chegou com um belo Audi. Perguntei:"Mas isso é um carro de um pastor?" Ele respondeu: "Agora me sinto melhor. Esse carro manda outra mensagem, me sinto bem e as pessoas me observam com outros olhos".

Serviço
Giugiaro: 45 Anos de Design Italiano
Museu da Casa Brasileira
Av. Brigadeiro Faria Lima, 2705
De 6 a 20 de fevereiro,
Terça a Domingo, das 10h às 18h.
Ingressos: R$ 4
Domingos e feriados - gratuito
Site: www.mcb.org.br

 

Publicidade

 

Publicidade

 
Busca

Encontre um veículo





pesquisa

Publicidade

 

Publicidade

 

Publicidade
Publicidade

Publicidade


Pixel tag