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04/03/2013 - 07h11

Holandeses põem carros elétricos à prova

DO "THE NEW YORK TIMES", EM AMSTERDÃ

Se a proposta dos veículos elétricos fizer sucesso em algum lugar, é provável que seja na Holanda: um país pequeno (cerca de 160 quilômetros de extensão de leste a oeste), onde o litro de gasolina custa US$ 2,30 e que tem longa tradição de ativismo ambiental.

Para encorajar o uso dos carros elétricos, o país está construindo uma rede nacional de estações de recarga em cidades e rodovias. Com incentivos fiscais polpudos, leasing promocional e custos operacionais mais baixos, o carro elétrico não custa mais que um convencional para ser usado, dizem analistas.

No ano passado, foram vendidos em todo o mundo 120 mil veículos elétricos recarregáveis, segundo o grupo de análises Pike Research, que prevê crescimento anual de 40% entre hoje e 2020.

Os carros elétricos em uso na Holanda multiplicaram-se por oito no ano passado, chegando a 7.500. "Em alguns países, estamos começando a ver vários VEs (veículos elétricos) nas ruas, especialmente nas capitais", disse Peder Jensen, especialista em transportes na Agência Ambiental Europeia.

Mas experimentos feitos na Holanda e na Dinamarca também ressaltam os desafios que essa nova tecnologia enfrenta. As vendas vêm sendo menores do que esperavam os políticos e as montadoras, representando menos de 1% das vendas de carros novos, mesmo na Holanda. "O setor automotivo ainda não convenceu os consumidores", comentou Jensen.

Muitos analistas previram que os veículos elétricos ocupariam o nicho de segundo carro, mas uma pesquisa feita com motoristas holandeses em 2012 constatou que a maioria da pessoas acabou por usar seu carro elétrico como veículo principal.

Com o tempo, os motoristas superaram a "ansiedade de distância", descobrindo onde encontrar postos de recarga.

"Ainda é preciso planejar um pouco. É como um quebra-cabeças", comentou Maarten Noom, consultor da Accenture que anda de carro elétrico. "Você não fica tão despreocupado quanto com um carro a gasolina."

Noom recarrega seu carro no escritório e em sua casa, durante a noite, mas opta por um carro a gasolina quando precisa deslocar-se por todo o país. Recarregar o carro em casa usa voltagem baixa e leva de quatro a oito horas. As novas estações de recarga rápida, com alta voltagem, oferecem recarga de 80% entre 20 e 30 minutos, mas sua instalação é cara.

Muitos especialistas dizem que outro obstáculo é a ausência de um padrão uniforme no mercado ainda incipiente. Os contratos de recarga às vezes são comprados juntamente com o carro e vinculados a uma rede específica de recarga, mais ou menos como os celulares são vinculados a uma operadora específica. Além disso, a penetração das diversas redes varia conforme a região. A tecnologia nem sempre é intercambiável.

"O clima é de faroeste, com muitas empresas mergulhando de cabeça", comentou Mike Omotoso, gerente sênior de previsões na LMC Automotive. "Mas, com o tempo, haverá uma reorganização e uma consolidação do setor."

Jensen comentou que os países interessados em aumentar o uso de veículos elétricos podem precisar fazer investimentos grandes para melhorar sua infraestrutura.

Ele contou que, quando pesquisou o assunto para comprar um carro elétrico, o sistema de recarga não caberia em sua garagem. Poucas pessoas se dispõem a percorrer a Europa com o porta-malas cheio de adaptadores. "Acho que as empresas vencedoras não serão necessariamente as que tiverem a melhor tecnologia, mas as que formarem as melhores alianças. Para quem tem telefone celular, e mais ainda para quem tem carro elétrico, o mais importante é poder usá-los em todo lugar."

 

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