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14/07/2013 - 02h00

Carros compactos superequipados ganham força no mercado nacional

EDUARDO SODRÉ
EDITOR-ADJUNTO DE "VEÍCULOS"

Em um dia de chuva, Marcelo Silva, 26, perdeu o controle de seu carro e rodou na pista. O analista de sistemas saiu ileso da situação, e também mais exigente: decidiu que seu próximo veículo teria um pacote de segurança completo.

"Fiz questão de um modelo que viesse com controle eletrônico de estabilidade e tivesse airbags frontais e laterais", diz Silva.

Caso fizesse essa escolha há dois ou três anos, o analista de sistemas teria de optar por um carro médio topo de linha, cujo preço beiraria os R$ 70 mil. Hoje, porém, há uma série de modelos menores bem equipados.

Editoria de Arte/Folhapress

São os compactos premium, pequenos no tamanho e grandes no preço --as versões topo de linha chegam a custar mais que os veículos de entrada do segmento imediatamente superior.

"Paguei R$ 51.490 pelo meu Ford New Fiesta Titanium, que veio com os equipamentos que eu procurava. O Focus GLX custaria praticamente o mesmo, mas não teria airbags laterais, controle de estabilidade nem bancos de couro", conta Silva.

O analista de sistemas reflete um novo comportamento de compra no Brasil, que tem desafiado os departamentos comerciais e de marketing dos fabricantes, que definem qual será o mix de vendas.

A Peugeot, por exemplo, esperava que 75% dos 208 vendidos teriam motor 1.5 (versões Active e Allure). Os outros 25% caberiam à opção Griffe, que tem motor 1.6 16v e custa a partir de R$ 50.690.

Contudo, os carros mais potentes e equipados responderam por 40,3% das vendas desde o lançamento do hatch. A marca teve de modificar a programação da fábrica para atender à demanda.

TETO E GPS
Acima do 208 está o hatch médio 308, cujo preço começa em R$ 52.990. Porém, se o cliente quiser itens como teto panorâmico e navegação por GPS --disponíveis na versão Griffe do compacto- terá de optar por uma configuração mais cara, como a Allure 2.0 completa (R$ 61.490).

"Os carros atendem a públicos diferentes. Quem opta pelo 308, por exemplo, precisa de mais espaço. Já o 208 oferece itens que interessam a quem já teve modelos pequenos e deseja dar um passo adiante sem ter de optar por um carro maior", avalia Sergio Davico, gerente de marketing de produto da Peugeot.

Editoria de Arte/Folhapress

A massificação dos equipamentos tecnológicos e de conforto é o fator que mais pesou na aproximação dos preços entre os modelos compactos mais equipados e os médios de entrada.

Nos anos 1980, quando havia poucos modelos disponíveis no mercado brasileiro e itens como ar-condicionado e direção hidráulica eram raros, as diferenças eram bem maiores.

Em 1985, por exemplo, a versão mais cara do Chevrolet Chevette hatch custava cerca de 25% a menos que o mais simples dos Monza.

Com a chegada dos importados, no início dos anos 1990, os fabricantes instalados no Brasil começaram a aprimorar os produtos, pois a exigência dos clientes começou a aumentar. Os carros médios passaram a sair de fábrica mais equipados e caros, o que abria espaço para compactos menos espartanos.

"As interseções de preços acontecem há tempos em outros mercados. É natural que venha a ganhar força no Brasil, pois os consumidores têm desejos e necessidades diferentes", afirma Sergio Davico, gerente de marketing de produto da Peugeot.

Dessa forma, o consumidor pode optar por um carro mais refinado e espaçoso ou escolher um modelo de acabamento mais simples, porém bastante equipado.

"Acho interessante poder escolher entre um carro que oferece status ou outro que traz mais equipamentos e custa o mesmo. Sei que o Ford Focus tem muitas qualidades, porém preferi ficar com a tecnologia embarcada do New Fiesta", diz o analista de sistemas Marcelo Silva.

 

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