Emprego 'estrangeiro' precisa de planejamento
NATÁLIA CHAGAS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Para trabalhar fora do país, é preciso sair da zona de conforto: traçar um plano de ação, informar-se sobre as oportunidades na sua área de interesse e adaptar o currículo para cada vaga. O esforço traz resultado, garantem os profissionais que viajaram.
"Tenho contatos profissionais em Miami, Califórnia, Londres, China e Índia", diz o advogado Marco Meirelles, que aos 24 anos foi estudar e trabalhar nos EUA. Ficou oito anos em um banco espanhol e, hoje, aos 46, toca o próprio negócio no Brasil.
Se você pretende se candidatar a postos de trabalho no exterior, pesquise em sites de busca de emprego, leia os jornais do país para onde você quer emigrar, procure recrutadores especializados no seu campo de atuação e monitore sites das empresas em que você deseja ser contratado.
Faça um currículo atraente. "Por meio do currículo, o recrutador avalia se o candidato teve ciclos sólidos por onde passou, se concluiu projetos e se tem diferenciais", destaca Rodrigo Vianna, "headhunter" (caça-talentos) da consultoria Hays.
Simon Plestenjak/Folhapress |
Danilo Bighi, executivo de uma agência de publicidade, ficou quase dois anos morando em Londres |
"Procurar vaga no exterior é um processo longo e precisa ser bem estruturado. O profissional tem de se informar sobre o país e a área em que quer atuar e deve se preparar para ter fluência na língua e cursos que farão diferença", diz Caio de Mase, da consultoria Robert Half.
Mase aconselha a informar no currículo pontos fortes e projetos nos quais o profissional tenha se envolvido.
Entretanto, o especialista faz uma ressalva em relação aos bancos de currículos que as empresas mantêm nos sites. De acordo com ele, como são muitos os profissionais que se cadastram, às vezes os recrutadores demoram para filtrar as informações e identificar novos talentos.
Para aumentar as chances de sucesso, Muse orienta os profissionais a manter conta no LinkedIn. Na rede social, construa o perfil em inglês ou no idioma do país para onde você quer ir e reúna depoimentos de ex-gestores. "As referências contam muito."
Na carta de apresentação, exigida por quase todos os sites que aceitam currículos pela internet e usada também no LinkedIn, seja objetivo e fuja dos erros de gramática.
Gabo Morales/Folhapress |
Bruno Previato abriu um restaurante no Brasil depois de ter estudado gastronomia na Suiça |
Ao falar sobre você, explique por que você é indicado para a vaga, mostre que conhece os desafios e as oportunidades no país onde quer morar e indique como pode contribuir para a companhia.
"Seja único, honesto e claro nas informações fornecidas", destaca Thais Pires, gerente da Alumni Advising.
CONSULTORIAS
Se você busca ajuda sob medida, procure um "headhunter", profissional contratado pelas próprias empresas para encontrar talentos (veja aqui onde procurar vagas). Os custos do "headhunter" não são cobrados do candidato, e sim da empresa que o contratou para preencher posições abertas.
O especialista da Robert Haf acrescenta que o serviço ajuda a mapear oportunidades e países abertos à imigração. Ele destaca que esse é o caso, por exemplo, do Canadá, que mantém programas para atrair mão de obra estrangeira qualificada.
Por meio de uma dessas políticas públicas, o empresário Bruno Previato, 32, conseguiu uma chance na Europa. "Fiz hotelaria no Brasil, mas sempre quis aprender sobre gastronomia. Em 1998, o governo suíço estava incentivando brasileiros a ir para lá e foi assim que consegui vaga na Les Roches, tradicional faculdade de hotelaria."
A primeira oportunidade facilitou a busca pelas demais. Depois de atuar na Suíça por três anos e meio, Previato passou um ano na Itália, quatro em Portugal e outros quatro em Genebra. Ao voltar para o Brasil, abriu seu próprio restaurante.
"Lá, vivi culturas diferentes, expandi meus horizontes e não li em livros como se colhe uma uva para um bom vinho. Experimentei na prática tudo isso", conta Previato.
TEMPORÁRIO
Outro tipo de trabalho procurado lá fora é o temporário, que pode ser feito enquanto o candidato estuda idiomas e o ajuda a adquirir experiência de vida. Foi o caminho do publicitário Danilo Bighi, 28.
"Em fevereiro de 2008, a agência onde trabalhava fechou. Sem saber o que eu queria fazer da vida resolvi ir para Londres estudar inglês."
Para pagar o curso, trabalhou em funções que exigiam pouca qualificação, como a de babá. Muitas das vagas foram encontrados em sites de busca do Reino Unido.
Segundo ele, aprimorar o inglês foi essencial para sua carreira como publicitário. "Quando voltei, não fiquei nem um mês desempregado", conta.
Carolina Daffara/Editoria de Arte |
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