Pintor diz que esperar inspiração para criar é para amadores
DE SÃO PAULO
Um livro publicado em 2012 pelo artista plástico Joe Fig pretende entender como funciona o processo criativo de artistas plásticos. O livro, "Inside the Painter's Studio".
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Entre os está o fotógrafo e pintor Chuck Close, que apesar de ter ficado parcialmente paralisado após uma compressão da medula espinhal, em 1988, ele continua ativo.
Na sua entrevista ele valoriza o esforço e a busca de um método para trabalhar e coloca isso em oposição à espera por uma inspiração. Veja trechos de suas respostas.
"Nunca fui uma dessas pessoas que precisam ter uma situação perfeita para pintar. Eu posso fazer arte em qualquer lugar, a qualquer momento, não importa. Conheço muitos artistas para quem ter o espaço perfeito é essencial. Eles perdem anos arrumando, construindo e ajeitando o lugar e depois partem para fazer um outro. Parece ser uma maneira de não ter que trabalhar. Eu faço quadros enormes em quartos minúsculos, garagens, o que for."
Chuck Close/Reprodução | ||
Fotomontagem à base de nove Polaroids de Chuck Close, chamada "Georgia" |
"Inspiração é algo para os amadores --o resto das pessoas simplesmente aparece e começa a trabalhar. Acredito que por meio do trabalho é possível topar com novas possibilidades e abrir portas que nunca seriam abertas se você estiver parado buscando a grande ideia. O processo, de uma certa forma, é liberador."
"Hoje, você vai fazer o que estava fazendo ontem, e amanhã vai fazer o que está fazendo hoje por um período de tempo. Quem continua nessa vai chegar a algum lugar."
"Eu nunca tive bloqueio criativo na minha vida."
"A apropriação produz trabalhos interessantes. Mas para mim, o mais interessante é se colocar em um lugar onde não há respostas de outras pessoas. Se vê que nessas circunstâncias se chega a soluções próprias. Nossa sociedade é bastante orientada em resolução de problemas. É muito mais interessante participar de debates de "criação de problemas": fazer perguntas interessantes e buscar respostas adequadas à essas questões que vão te levar a lugares onde, logo, você estará só, e esses são os melhores lugares para se estar."
"Sempre tem a questão de se é possível ou desejável nos livrarmos de influências, dado que tudo que criamos é um amálgama de nossas experiências, sem as quais não conseguimos chegar a "novas" ideias."
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