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28/07/2013 - 00h15

Brasileiro está mais receoso em mudar de emprego, diz recrutador

FELIPE MAIA
EDITOR-ADJUNTO DE "CARREIRAS"

O índice desemprego nas seis maiores regiões metropolitanas do país subiu de 5,9% em junho de 2012 para 6% no mesmo mês deste ano, de acordo com dados divulgados pelo IBGE na semana passada.

A alta, que indica que o mercado de trabalho está perdendo fôlego, faz com que os brasileiros já fiquem mais receosos em mudar de emprego, afirma o britânico Nick Cox,55, diretor da empresa de recrutamento Hays.

Empreendedor de negócio que foi comprado é integrado à operação
Nos EUA, homens trabalham mais horas do que mulheres
Para candidatos a aprendiz, chance para crescer profissionalmente é o mais importante

A companhia é especialista na contratação de profissionais para cargos de gerência.

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Folha - O senhor já nota um ritmo menor de contratações no Brasil?
Nick Cox - Vemos alguma queda nos setores de construção, logística e "supply chain" (cadeia de suprimentos). Não é que eles pararam totalmente de contratar, mas o processo acontece de modo mais vagaroso. Há mais etapas, mais barreiras, porque a empresa quer se certificar de que aquele profissional é a pessoa absolutamente certa para a função. Outra coisa que acontece nessas situações é os candidatos ficarem mais receosos em aceitar trocar de emprego.

Moacyr Lopes Junior/Folhapress
Nick Cox, um dos responsáveis pela operação da Hays no Brasil, na sede em São Paulo
Nick Cox, um dos responsáveis pela operação da Hays no Brasil, na sede em São Paulo

Isso é perceptível por aqui?
O receito está definitivamente mais evidente agora do que nos anos de "boom" que vimos nos últimos cinco, dez anos. Nesse momento de maior incerteza, os profissionais ficam mais conscientes e não mudam de empresa por qualquer aumento de salário. Eles precisam de algo mais tangível: podem ser novas oportunidades, treinamentos, possibilidades de promoção ou mudanças de localização.

Que dica você daria a alguém que recebeu uma proposta de trabalho nesse ambiente?
Você precisa ir além do óbvio, olhar fatores no emprego que o melhorem como indivíduo. Verifique se você vai aprender novas habilidades, se vai ser promovido, se talvez possa mudar para um lugar mais interessante -algo que vá beneficiar você a sua carreira, em vez apenas do benefício imediato do aumento de salário. Mudar por mudar não é a coisa certa a se fazer no momento.

Em quais setores e para quais cargos essas tendências são mais evidentes?
Diante da economia do país e o clima de insegurança, acredito que dificilmente existirá um grande volume de posições executivas e os processos deverão tornar-se ainda mais criteriosos. Nota-se insegurança principalmente no nível executivo, onde as movimentações são mais estratégicas. O cenário é mais problemático em segmentos da indústria, como o automotivo.

 

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