Pedir demissão por vídeo na web pode marcar profissional para sempre
DE SÃO PAULO
Profissionais que estão descontentes com seu trabalho e pensam em fazer como a americana Marina Shifrin, que pediu demissão usando um vídeo no YouTube, devem ter cuidado. De acordo com especialistas, a exposição na internet pode ter consequências perenes para o futuro do funcionário.
O vídeo da funcionária dançando e pedindo demissão se tornou um viral na web e já foi visto mais de 15 milhões de vezes.
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Assista ao vídeo em tablets e celulares
Apesar de a iniciativa ter sido vista por muitos como "bem-humorada", Luis Testa, diretor de marketing e estratégia do site de empregos Catho, alerta que o conteúdo pode marcar a imagem do profissional para sempre.
"Quando uma coisa cai na internet, ela vai ficar para sempre lá. Você publica, as pessoas compartilham e você perde o controle sobre aquele material", afirma.
Segundo ele, a nova geração tem como característica o uso da internet e das redes sociais para se expressar, mas estender isso para o mundo corporativo é perigoso.
"Pode ser que daqui a algum tempo as pessoas não lembrem mais dela, porque nesse mundo da web é tudo muito rápido. Mas alguém pode achar o vídeo facilmente buscando o nome dela", diz Testa.
A gerente da empresa de recrutamento Page Personnel, Juliana Alvarez, diz acreditar que a funcionária expôs de forma significativa a empresa e o seu chefe --a companhia já produziu um vídeo de resposta recrutando novos candidatos para a vaga abandonada.
Assista ao vídeo em tablets e celulares
"Você tem que lembrar que sua futura referência será o seu gestor. É ele quem vai te indicar ou não para um futuro emprego. Você deve se preocupar com o momento da sua saída da empresa da mesma forma que se preocupou com sua entrevista de entrada", afirma.
Segundo ela, o diálogo sempre é a melhor solução nesse tipo de situação. "O jovem de hoje tem uma dificuldade muito grande de conversar com seu chefe, expor seus sentimentos, frustrações incômodos."
Ainda assim, ela afirma que o meio em que Shifrin atua, a produção de vídeos, permite que ela se comporte de modo mais criativo, mesmo na hora de pedir demissão. "Ela brincou com a profissão dela, que talvez dê margem a algo mais informal", explica.
Pelo mesmo motivo, Testa diz que algumas empresas podem ver a atitude com bons olhos. "Vai haver quem não goste, mas outras pessoas podem achar que ela é uma pessoa criativa, que tem iniciativa."
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VampirishV (4415)15/10/2013 20h28
Calar a boca é um bom negócio. Há um abismo contraditório entre a privacidade e a exposição voluntária. Como diz aquele desenho animado cujo nome não sei, "somente o necessário, somente o necessário!". É uma lição. Não dá para se dar ao luxo de falar o que pensa, principalmente na época em que vivemos, que tudo é mascarado, é casca de ovo. O que se vê, não é o que parece. Se eu pudesse desceria o sarrafo no meu chefe, mas não posso falar nem escrever. Somente o necessário!!!!
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