UOL - O melhor conteúdo

Pedir demissão por vídeo na web pode marcar profissional para sempre

15/10/2013 - 13h40
|

DE SÃO PAULO

Ouvir o texto

Profissionais que estão descontentes com seu trabalho e pensam em fazer como a americana Marina Shifrin, que pediu demissão usando um vídeo no YouTube, devem ter cuidado. De acordo com especialistas, a exposição na internet pode ter consequências perenes para o futuro do funcionário.

O vídeo da funcionária dançando e pedindo demissão se tornou um viral na web e já foi visto mais de 15 milhões de vezes.

Brasil ocupa o 6º lugar em ranking de engajamento com o trabalho
Música e dança para estimular vendedores podem ter efeito inverso

Assista ao vídeo em tablets e celulares

Apesar de a iniciativa ter sido vista por muitos como "bem-humorada", Luis Testa, diretor de marketing e estratégia do site de empregos Catho, alerta que o conteúdo pode marcar a imagem do profissional para sempre.

"Quando uma coisa cai na internet, ela vai ficar para sempre lá. Você publica, as pessoas compartilham e você perde o controle sobre aquele material", afirma.

Segundo ele, a nova geração tem como característica o uso da internet e das redes sociais para se expressar, mas estender isso para o mundo corporativo é perigoso.

"Pode ser que daqui a algum tempo as pessoas não lembrem mais dela, porque nesse mundo da web é tudo muito rápido. Mas alguém pode achar o vídeo facilmente buscando o nome dela", diz Testa.

A gerente da empresa de recrutamento Page Personnel, Juliana Alvarez, diz acreditar que a funcionária expôs de forma significativa a empresa e o seu chefe --a companhia já produziu um vídeo de resposta recrutando novos candidatos para a vaga abandonada.

Assista ao vídeo em tablets e celulares

"Você tem que lembrar que sua futura referência será o seu gestor. É ele quem vai te indicar ou não para um futuro emprego. Você deve se preocupar com o momento da sua saída da empresa da mesma forma que se preocupou com sua entrevista de entrada", afirma.

Segundo ela, o diálogo sempre é a melhor solução nesse tipo de situação. "O jovem de hoje tem uma dificuldade muito grande de conversar com seu chefe, expor seus sentimentos, frustrações incômodos."

Ainda assim, ela afirma que o meio em que Shifrin atua, a produção de vídeos, permite que ela se comporte de modo mais criativo, mesmo na hora de pedir demissão. "Ela brincou com a profissão dela, que talvez dê margem a algo mais informal", explica.

Pelo mesmo motivo, Testa diz que algumas empresas podem ver a atitude com bons olhos. "Vai haver quem não goste, mas outras pessoas podem achar que ela é uma pessoa criativa, que tem iniciativa."

Comentar esta reportagemVer todos os comentários (1)

  1. VampirishV (4415)15/10/2013 20h28

    Calar a boca é um bom negócio. Há um abismo contraditório entre a privacidade e a exposição voluntária. Como diz aquele desenho animado cujo nome não sei, "somente o necessário, somente o necessário!". É uma lição. Não dá para se dar ao luxo de falar o que pensa, principalmente na época em que vivemos, que tudo é mascarado, é casca de ovo. O que se vê, não é o que parece. Se eu pudesse desceria o sarrafo no meu chefe, mas não posso falar nem escrever. Somente o necessário!!!!

    O comentário não representa a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem

Termos e condições

 
Busca

Encontre vagas




pesquisa

Publicidade


Pixel tag

Avaliar comentário como .

Confirmar