Agora, orientação vocacional vai além da carreira e ajuda jovem a achar um rumo
TAÍS HIRATA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Seis anos atrás, Eduardo Seidenthal, 39, trabalhava em uma multinacional, ganhava um salário bom, tinha estabilidade. Mas estava insatisfeito. "Sentia falta de algo, não sabia o que queria da vida."
Como resposta a essa angústia, ele criou a rede educacional Ubuntu, que ajuda profissionais a buscar um projeto de vida e a encontrar novos rumos na carreira. "São pessoas que trabalham, mas não se sentem preenchidas, como eu há alguns anos", diz Seidenthal.
Era o caso de Romulo Perini, 33, que participou do programa em 2014. "Foi como um estalo. Um dia, percebi que queria algo diferente", diz. Alguns meses após o curso, ele pediu demissão da consultoria na qual trabalhava e abriu seu negócio.
Leia também:
Ainda faltam funcionários fluentes em inglês
Veja profissões que estão em alta e em baixa em oito setores do mercado
Raros, bons profissionais das áreas técnicas são disputados pelas empresas
Demissões aumentam as oportunidades para advogados da área trabalhista
Hoje, além da realização profissional, Perini comemora o tempo ao lado da filha, de um ano e dez meses. "Levo ela à escola, faço meu horário. Antes, era inviável."
Já Ricardo Lindenbojm, 41, sócio de uma produtora de eventos, procurou a Ubuntu sem expectativa de mudar seu caminho profissional. "Encarei como oportunidade de me conhecer melhor."
Fabio Braga/Folhapress | ||
Bruno Simões, 18, empreendedor |
Agora ele faz novos planos. "Percebi que estava acomodado, identifiquei a necessidade de fechar esse ciclo, buscar desafios."
O programa inclui sete encontros, todos com atividades em grupo. O preço sugerido por essa consultoria é R$ 440 por mês, mas cada um decide quanto pagar segundo sua condição financeira.
Na primeira etapa, o cliente faz um levantamento de seus talentos e valores. "Parece óbvio, mas nem sempre é fácil olhar para dentro", afirma Lindenbojm. Depois, são traçadas metas pessoais e profissionais, assim como estratégias para realizá-las.
Com proposta semelhante, a Metacoaching oferece atendimento individual aos insatisfeitos com a carreira. "Assim, a pessoa se abre mais, fica à vontade para se expor", diz o dono da empresa, Moacyr Castellani, 45.
As atividades, segundo ele, são personalizadas, e as reuniões podem ser presenciais ou à distância. Cada sessão custa entre R$ 500 e R$ 1.200.
Fabio Braga/Folhapress | ||
Romulo Perini, 33, empreendedor |
AUTOCONHECIMENTO
Já a Electi direciona seu atendimento a vestibulandos. "Orientamos a escolha profissional, mas com um olhar humano", afirma Bruno Kibrit, 26, sócio da empresa.
Um dos focos do programa é o autoconhecimento. "Para decidir a profissão, o aluno tem que saber quem ele é."
Em uma das dinâmicas, os jovens traçam seu dia de trabalho perfeito. Em outra, cumprem uma missão: fazer algo fora de sua zona de conforto. "Já teve quem ficasse uma semana sem celular, e também uma menina que andou de metrô pela primeira vez na vida", conta Kibrit.
Outra atividade é um software simulador de vida: de acordo com as escolhas tomadas pelo aluno, sua trajetória pessoal e profissional toma diferentes rumos.
Bruno Simões, 18, participou do programa no terceiro colegial. Hoje, estuda para o vestibular de engenharia, mas já dá os primeiros passos como empreendedor, planejando abrir um restaurante. "Antes do curso, não imaginava fazer algo tão cedo", diz.
Além de escolas, a Electi atende turmas avulsas. Para um grupo de 18 pessoas, o custo (quatro encontros de três horas cada) é de R$ 5.500.
+ Livraria
- Livro traz poemas curtos em japonês, inglês e português
- Conheça o livro que inspirou o filme "O Bom Gigante Amigo"
- Violência doméstica é tema de romance de Lycia Barros
- Livro apresenta princípios do aiuverda, a medicina tradicional indiana
- Ganhe ingressos para assistir "Negócio das Arábias" na compra de livro
Publicidade
Publicidade
Publicidade