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14/06/2015 - 02h00

Agora, orientação vocacional vai além da carreira e ajuda jovem a achar um rumo

TAÍS HIRATA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Seis anos atrás, Eduardo Seidenthal, 39, trabalhava em uma multinacional, ganhava um salário bom, tinha estabilidade. Mas estava insatisfeito. "Sentia falta de algo, não sabia o que queria da vida."

Como resposta a essa angústia, ele criou a rede educacional Ubuntu, que ajuda profissionais a buscar um projeto de vida e a encontrar novos rumos na carreira. "São pessoas que trabalham, mas não se sentem preenchidas, como eu há alguns anos", diz Seidenthal.

Era o caso de Romulo Perini, 33, que participou do programa em 2014. "Foi como um estalo. Um dia, percebi que queria algo diferente", diz. Alguns meses após o curso, ele pediu demissão da consultoria na qual trabalhava e abriu seu negócio.

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Hoje, além da realização profissional, Perini comemora o tempo ao lado da filha, de um ano e dez meses. "Levo ela à escola, faço meu horário. Antes, era inviável."

Já Ricardo Lindenbojm, 41, sócio de uma produtora de eventos, procurou a Ubuntu sem expectativa de mudar seu caminho profissional. "Encarei como oportunidade de me conhecer melhor."

Fabio Braga/Folhapress
Bruno Simões, 18, empreendedor
Bruno Simões, 18, empreendedor

Agora ele faz novos planos. "Percebi que estava acomodado, identifiquei a necessidade de fechar esse ciclo, buscar desafios."

O programa inclui sete encontros, todos com atividades em grupo. O preço sugerido por essa consultoria é R$ 440 por mês, mas cada um decide quanto pagar segundo sua condição financeira.

Na primeira etapa, o cliente faz um levantamento de seus talentos e valores. "Parece óbvio, mas nem sempre é fácil olhar para dentro", afirma Lindenbojm. Depois, são traçadas metas pessoais e profissionais, assim como estratégias para realizá-las.

Com proposta semelhante, a Metacoaching oferece atendimento individual aos insatisfeitos com a carreira. "Assim, a pessoa se abre mais, fica à vontade para se expor", diz o dono da empresa, Moacyr Castellani, 45.

As atividades, segundo ele, são personalizadas, e as reuniões podem ser presenciais ou à distância. Cada sessão custa entre R$ 500 e R$ 1.200.

Fabio Braga/Folhapress
Romulo Perini, 33, empreendedor
Romulo Perini, 33, empreendedor

AUTOCONHECIMENTO

Já a Electi direciona seu atendimento a vestibulandos. "Orientamos a escolha profissional, mas com um olhar humano", afirma Bruno Kibrit, 26, sócio da empresa.

Um dos focos do programa é o autoconhecimento. "Para decidir a profissão, o aluno tem que saber quem ele é."

Em uma das dinâmicas, os jovens traçam seu dia de trabalho perfeito. Em outra, cumprem uma missão: fazer algo fora de sua zona de conforto. "Já teve quem ficasse uma semana sem celular, e também uma menina que andou de metrô pela primeira vez na vida", conta Kibrit.

Outra atividade é um software simulador de vida: de acordo com as escolhas tomadas pelo aluno, sua trajetória pessoal e profissional toma diferentes rumos.

Bruno Simões, 18, participou do programa no terceiro colegial. Hoje, estuda para o vestibular de engenharia, mas já dá os primeiros passos como empreendedor, planejando abrir um restaurante. "Antes do curso, não imaginava fazer algo tão cedo", diz.

Além de escolas, a Electi atende turmas avulsas. Para um grupo de 18 pessoas, o custo (quatro encontros de três horas cada) é de R$ 5.500.

 

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