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07/07/2013 - 01h30

Robôs invadem os quartos

TIM BRASHAW
DO "FINANCIAL TIMES"

Se você um dia começar a ter medo de ser substituído por um robô em um apocalipse ao modo "Exterminador do Futuro", assista no YouTube a um vídeo chamado "PR2 Autonomously Pairing Socks". O vídeo de dois minutos mostra um projeto de pesquisa da Universidade da Califórnia, em Berkeley, no qual um robô, em 2011, identifica os dois pés que formam o par correto em um conjunto de cinco peças.

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É um feito impressionante de engenharia robótica, sem dúvida. Mas muitas pessoas se sentiram reconfortadas ao saber que a tarefa, realizada por um ser humano em questão de segundos, requereu meia hora para o Willow Garage PR2, um robô de US$ 280 mil (R$ 633 mil).

Mas os robôs estão a ponto de invadir nossas casas -e vão entrar não pelas lavanderias, mas pelo quarto das crianças. Em lugar de androides com braços, dedões desajeitados e telas no lugar dos olhos, eles estão chegando como carros de brinquedo, bolas e babás eletrônicas, e ao custo não de US$ 200 mil (R$ 452 mil), mas de US$ 200 (R$ 452). Podemos defini-los como robôs disfarçados.

Um exemplo é a Anki, empresa iniciante que foi apresentada na conferência de desenvolvedores da Apple, neste mês em San Francisco, depois de levantar US$ 50 milhões (R$ 113 milhões) em capital. Boris Sofman, cofundador e presidente-executivo da companhia, mostrou quatro pequenos carros robotizados correndo sobre um piso especial, controlados por um iPhone via comandos bluetooth. Cada um deles recebia uma missão específica -por exemplo, ultrapassar outro carro-, e usava inteligência artificial para tentar superar o oponente.

O Drive será o primeiro produto da Anki a chegar ao mercado, no final deste ano. Um sistema que custaria dezenas de milhares de dólares em um laboratório de robótica agora está sendo produzido com alguns dólares de sensores, câmeras e chips, e com a maior parte do processamento em um smartphone.

"A parte difícil não é só resolver os problemas de robótica, mas resolvê-los confiávelmente e a um preço que permita um produto de consumo", diz Sofman.

Monica M. Davey /Efe
Boris Sofman apresenta seu carro robô em San Francisco, nos Estados Unidos
Boris Sofman apresenta seu carro robô em San Francisco, nos Estados Unidos

Outros brinquedos robotizados promissores incluem o Sphero, uma bola autopropelida de US$ 130 (R$ 293) controlada por um smartphone. Outro é o Romo, um pequeno trator cujo rosto (e cérebro) é um iPhone. O Romo funciona como câmera móvel para a pessoa que esteja segurando o iDevice conectado a ele, quer na mesma sala, quer do outro lado do planeta.

O que empolga nesses robôs é que não vivem apenas no futuro ou em laboratório. Antes relegados às entediantes tarefas da indústria ou da defesa, agora estão chegando à sala. E enquanto uma criança brinca, por exemplo, com um carro da Anki, usando seu iPhone, um adulto com outro robô conectado a um smartphone pode estar cuidando dela a 1.500 quilômetros de distância. E isso sim assusta.

 

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