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28/04/2013 - 01h01

Chineses preferem carros de marcas estrangeiras

FELIPE NÓBREGA
ENVIADO ESPECIAL A XANGAI

Em um dos pavilhões do Salão de Xangai, que termina amanhã, o engenheiro chinês Tan Dong, 33,observa o utilitário Brilliance V5, "clone" do BMW X1. Ele dá uma volta atenta em torno do carro antes de entrar. Ajusta o volante, simula uma troca de marcha, faz cara de reprovação e deixa o veículo.

"Prefiro as montadoras de fora. Para quem não faz questão de um automóvel sofisticado, esses chineses são um bom negócio, pois custam menos", diz o engenheiro, dono de um sedã de origem japonesa Nissan Sunny.

Divulgação
Automóveis de origem estrangeira são maioria em Xangai
Automóveis de origem estrangeira são maioria em Xangai

A China tem mais de 50 montadoras nacionais, porém são as marcas de origem estrangeira que lideram o mercado local de carros de passeio. Todas são associadas a alguma empresa local, para as quais fornecem tecnologia. É uma exigência do governo, sócio majoritário em todos os negócios.

Em março, foram emplacados no país 1,58 milhão de automóveis, sendo 234 mil da líder VW. A chinesa mais bem colocada no primeiro trimestre de 2013 foi a Great Wall, na sétima posição.

"As marcas locais têm uma imagem ruim pelo que fizeram no passado [carros de baixa qualidade]. Hoje, boa parte dos produtos feitos pelas grandes montadoras chinesas tem qualidade próxima à dos estrangeiros, mas há muito a evoluir", diz o turco Hakan Saracoglu, diretor de design da Chery.

Editoria de Arte/Folhapress

"Não adianta só parecer um Audi. Um carro bom precisa ter também dinâmica, tecnologia e segurança", diz o projetista, apontando para um modelo que lembra um A4 exposto no estande da sua própria empresa no salão. Ele ressalta que o carro foi desenvolvido antes de sua chegada à Chery, há oito meses.

Vistas como homenagens, as cópias não podem ser coibidas pelas marcas estrangeiras. A Brilliance, por exemplo, é parceira da BMW, que não se opõe à produção do V5. A "réplica" do X1 custa o equivalente a R$ 36 mil na China. O original sai por R$ 86 mil.

Carolina Daffara/Editoria de Arte/Folhapress
 

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