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04/11/2012 - 03h00

Presidente da Eldorado evita zonas de conforto em sua carreira

TALITA FERNANDES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

No início de 2012, José Carlos Grubisich, 55 --que já esteve à frente da Braskem e da ETH Bioenergia, ambas do grupo Odebrecht-- assumiu a Eldorado Brasil, do grupo J&F.

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Grubisich, que tem a missão de colocar a empresa do ramo de celulose para funcionar, diz que é movido a desafios. Não quis falar dos erros cometidos na busca por novos horizontes, porém.

O executivo falou à Folha por e-mail.

Claudio Belli/Valor
José Carlos Grubisich, presidente da Eldorado Brasil
José Carlos Grubisich, presidente da Eldorado Brasil

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Folha - Depois de passar dez anos em um mesmo grupo, como é estar à frente de uma empresa que ainda está se estabelecendo?

José Carlos Grubisich - O desafio de participar da construção de uma empresa líder no mercado mundial de celulose, ver uma empresa nascendo, formar equipe, desenvolver mercado, criar um novo ambiente socioeconômico, ver a transformação de uma região --como a de Três Lagoas (MS)-- com a chegada da Eldorado Brasil é muito enriquecedor.

Que desafios e oportunidades o sr. vê no ramo de celulose nos próximos dez anos?

O mercado de papel e celulose continua crescendo no mundo porque tem encontrado novas aplicações. Acreditamos que o crescimento é de um milhão a um milhão e meio de toneladas por ano.

Isso significa que, em um ano ou um ano e meio, nossa primeira linha de produção de 1,5 milhão de toneladas de celulose será suficiente apenas para acompanhar o crescimento da demanda no mercado mundial. O desafio é conseguir acompanhar esse crescimento mantendo competitividade e sustentabilidade.

Que líderes o inspiram ou o inspiraram ao longo de sua carreira?

Eu sempre tive admiração por todas as pessoas que me lideraram porque elas me ensinaram, me conduziram e me mostraram o caminho. Aprender e ensinar pelo exemplo são ações muito importantes.

Aprendi muito com as pessoas que me lideraram na Rhodia, na Braskem, na ETH e hoje aqui. Para destacar alguém que me inspirou muito, cito Edson Vaz Musa (ex-Rhodia), uma pessoa que me deu oportunidade e em quem me espelhei bastante.

Quais estratégias de liderança o sr. usa em sua empresa?

Minha estratégia é a convivência, transmitir conhecimento, valores e princípios com meu próprio exemplo. É importante criar um ambiente em que as pessoas tenham confiança, liberdade para propor suas ideias, mostrar toda a sua competência e buscar aquilo que acreditam.

Motivação é fazer com que as pessoas tenham autonomia para mostrar todo o seu potencial, para que elas não se sintam inibidas.

Pode citar algum erro que tenha cometido e que tenha ajudado para o desenvolvimento da sua carreira?

A vida é um aprendizado com os erros e acertos. A cada etapa, ganhamos maturidade, experiência e conhecimento que vão permitir desempenhar melhor nosso papel.

Quando percebemos que estamos usando repertórios antigos é sinal de que não estamos sendo instigados o suficiente e não estamos desafiando nossos limites. Devemos estar sempre na zona do desconhecido para descobrir novos limites nas atividades empresariais.

 

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