Pós em área de referência no exterior turbina currículo; veja bolsas de estudo
PATRÍCIA ARAÚJO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Em junho de 2012, Lucas Sancassini, 28, deixou São Paulo em direção a Nova York para fazer um MBA na Columbia Business School. Após cursar uma pós-graduação em negócios na FGV, ele decidiu que era hora de se especializar fora do país. Com o patrocínio do banco em que trabalha como gerente de produtos, Lucas se candidatou a uma vaga e foi aprovado numa das universidades mais importantes do mundo, e num país que é referência em negócios.
Aprovação em curso difícil depende de motivação, adequação ao perfil do programa e estudo
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"Estudar numa escola e num país de referência é um diferencial muito grande porque, cada vez mais, as pessoas estão se capacitando. Aprender num local que é líder em determinada área ainda é uma maneira de se destacar diante dos outros profissionais", conta ele, que, ao voltar do curso em 2014, deve galgar um cargo de alto executivo dentro do banco.
Silva Junior/Folhapress |
Lucas Sancassini, 28, que faz MBA em Columbia (Nova York) |
Sancassini faz parte de um grupo de 9.029 brasileiros que, atualmente, estudam nos EUA, segundo estimativa da StudentUSA, instituição do governo americano que incentiva o intercâmbio estudantil. Desse total, 32,7% são alunos de pós-graduação ("stricto sensu" e "lato sensu").
A área de negócios é a que concentra o maior percentual de estudantes brasileiros nos EUA: 26,3%. A maior parte deles está distribuída entre as universidades da Califórnia, Ilinois, Nova York, Purdue e Columbia. O país é destaque ainda em Ciência da Computação, com 3,2% do total de estudantes brasileiros matriculados em cursos da área e com a melhor universidade do mundo: o Instituto de Tecnologia de Massachusetts.
REFERÊNCIA
Assim como nos EUA, vários países tendem cada vez mais a concentrar estudantes de pós-graduação em áreas nas quais são considerados de referência, mesmo que suas universidades não apareçam em rankings mundiais ou que estejam abaixo dos primeiros lugares nas listas Times Higher Education e QS World University Rankings.
"Se você for a [universidade] número 20 num desses rankings em uma área, você ainda vai ter um curso super de primeira porque todas conseguem ser fortes", diz Rodrigo Gaspar, gerente de marketing do British Council. De acordo com ele, tradição e referência em uma área contam mais do que uma posição no ranking.
Prova disso é que dos atuais 1.600 brasileiros matriculados em universidades do Reino Unido, 1.200 fazem pós-graduação nos temas em que a região é considerada referência mundial: direito, relações internacionais, design e comunicação (esta última ao lado dos EUA). Nesses cursos, as universidades mais procuradas são: King's College, University College London, Universidade de Warwick, Universidade de Manchester e a University of the Arts London.
Luciana Whitaker/Folhapress |
José Augusto Martini, que fez pós-graduação em relações internacionais no Reino Unido |
E outros exemplos são registrados em diversos campos de estudo. Em várias áreas da engenharia a Alemanha segue como maior foco de atração de estudantes, embora as quatro primeiras universidades no ranking da Times Higher Education sejam norte-americanas. Já a França é destaque nos ramos de aeronáutica e de engenharia nuclear, sendo o Institut Mines-Télécom um dos principais centros de estudo.
Na área de energia renovável, a Alemanha também é destaque no setor de energia solar fotovoltaica, com destaque para o Instituto Fraunhofer. Em eólica, a Dinamarca abriga o principal centro de pesquisa na área: a Universidade Técnica da Dinamarca. Já a Espanha é considerada referência em energia solar heliotérmica, com o Ciemat (Centro de Investigaciones Energéticas, Medioambientales y Tecnológicas) sendo um dos carros-chefes de pesquisa.
Na visão de Rodrigo Gaspar, fazer uma pós-graduação no exterior pode ser mais benéfico ao estudante do que uma graduação. "O brasileiro ainda tem 17 anos quando passa no vestibular. É super imaturo. Quando ele se forma e tem 23 ou 24 anos, efetivamente escolhe a área de atuação e vai precisar de algum tipo de reciclagem. Nesse momento, a pós-graduação fora entra como uma luva."
Célio Cunha, ex-assessor especial da Unesco para educação e professor de educação da Universidade Católica de Brasília, afirma que, mesmo nos dias atuais em que o país possui universidades de destaque no mundo, ainda é importante se especializar no exterior porque "a circulação internacional de conhecimento é vital". No entanto, ele fala que as referências mundiais mudam e que os estudantes devem ficar atentos a isso. "Hoje, a Austrália oferece excelente opções, e a Coréia do Sul é referência no mundo na formação de professores, por exemplo."
VEJA OPÇÕES DE BOLSAS DE ESTUDO
Fundação Lemann
Destina bolsas de pós-graduação em universidades americanas para estudantes e pesquisadores que tenham o Brasil como foco de seu trabalho acadêmico
Comissão Fullbrigt
Destina bolsas para estudantes de instituições brasileiras e norte-americanas
Instituto Ling
Destina bolsas a estudantes brasileiros para cursos de pós-graduação em várias universidades renomadas do mundo
Fundação Estudar
Destina bolsas de graduação a pós-graduação a estudantes brasileiros para várias universidades do mundo
Ciência sem Fronteiras
Programa de bolsas internacionais desenvolvido pela Capes e CNPq nas áreas de ciência e tecnologia. Os valores das bolsas variam de US$ 1.300 a US$ 2.300, de acordo com o nível da pós-graduação e com o país a que os estudantes se candidatam
Doutorado Capes/DAAD/CNPq (Alemanha)
Programa conjunto de bolsas para doutorado integral, sanduíche e duplo doutorado na Alemanha
Programa bolsas para pesquisa Capes/Humboldt (Alemanha)
Iniciativa da Capes em cooperação com a Fundação Alexander von Humboldt, da Alemanha, que concede bolsas para pesquisadores em todas as áreas do conhecimento
Programa Capes/DFAIT (Canadá)
Programa de bolsas para projetos conjuntos de pesquisa em todas as áreas do conhecimento em nível de doutorado-sanduíche no Canadá
Programa Capes/Mincyt (Argentina)
Programa de bolsas do pós-graduação em universidades da Argentina
Programa Colciências (Colômbia)
Programa de bolsas de pós-graduação em universidades da Colômbia
Programa Capes/Universidade de Nottingham /Universidade de Birmingham (Reino Unido)
Programa de bolsas de doutorado nas áreas de ciências biomédicas e da saúde, computação e tecnologias da informação, tecnologia aeroespacial, fármacos, produção agrícola sustentável, petróleo, gás e carvão mineral, energias renováveis, biotecnologia, nanotecnologia e novos materiais, biodiversidade e bioprospecção
Fundación Carolina
Bolsas destinadas e estudantes latino-americanos para especialização na Espanha
Universia
Rede de universidades hispânicas e portuguesas que destina bolsas de intercâmbio para espacializações em 23 países ibero-americanos
Programa Oportunidades Acadêmicas
Programa subsidiado pelo EducationUSA (Departamento de Estado Americano), com o apoio da Seção de Educação e Cultura, para bolsas de pós-graduação em
universidades norte-americanas
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