Monotrilho passará por cima do cemitério do Morumbi
ANA MAGALHÃES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Depois de ter sido alvo de protestos dos moradores por conta de possíveis impactos arquitetônicos e ambientais, o monotrilho que vai ligar o aeroporto de Congonhas ao estádio do Morumbi causa nova polêmica --desta vez porque a linha pode passar por cima de um cemitério.
Pelo atual projeto da linha 17-ouro do Metrô, as vigas do monotrilho sairão da estação Panamby, na Vila Andrade, e chegarão à estação Paraisópolis atravessando o terreno do cemitério Parque Morumby.
A administração do cemitério informou à Folha que não foi previamente consultada pelo Metrô (responsável pelas obras) e que "fará o que estiver ao seu alcance" para que o trajeto seja alterado em "respeito a um campo santo".
"É notório que um trem passando por cima de um cemitério tem um impacto muito negativo, seja para os usuários do próprio monotrilho, seja para os cidadãos que, enlutados, podem estar assistindo a um enterro ou mesmo visitando o túmulo de um familiar querido", diz a nota assinada por Fernando Rudge Leite, vice-presidente da Comunidade Religiosa João 23, responsável pelo cemitério.
O Metrô informa, por meio de nota, "que atualmente realiza as obras do primeiro trecho da Linha 17-ouro (Estação Morumbi - Aeroporto de Congonhas). Os demais trechos da linha aguardam obtenção de licenças ambientais".
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As obras do primeiro trecho começaram em 29 de março deste ano e deverão ser concluídas em 2014. O restante da linha, que sai do Morumbi, cruza o cemitério e termina no estádio, tem previsão de conclusão em 2016.
Nesse segundo percurso, estão previstas as construções de seis estações: Granja Julieta (conexão com CPTM), Panamby, Paraisópolis, Américo Mouramo, Estádio Morumbi e São Paulo Morumbi (conexão com linha 4 do Metrô).
O presidente da Amo (Associação dos Moradores do Jardim Sul), Fabian Rupp, tece outras críticas ao projeto. "Ele [o monotrilho] não vai atender à demanda, vai degradar áreas de preservação ambiental e tem uma tecnologia delicada."
Por outro lado, há moradores da Vila Andrade favoráveis ao meio de transporte. "Nunca vi um monotrilho atravessando um cemitério, mas, se não dá para desviar, fazer o quê? Sou a favor do mesmo jeito. Sim à mobilidade urbana", afirma Paulo Maia, morador da Vila Andrade e proprietário da pizzaria Mercatto.
TRÁFEGO
Além do monotrilho, outros dois projetos viários prometem desafogar o trânsito da Vila Andrade --uma das principais queixas dos moradores ouvidos pela reportagem do Raio-X Imobiliário.
Paralela à avenida Giovanni Gronchi, está sendo construída a avenida Perimetral, com 1,5 km de extensão. Segundo a prefeitura, a avenida custará R$ 59 milhões e deve estar pronta "até o primeiro semestre de 2013".
Além da via Perimetral, está prevista, como parte da operação urbana Ponte Estaiada, a construção de uma nova ponte sobre o rio Pinheiros (na altura do parque Burle Marx). Segundo a prefeitura, as obras começarão "assim que forem dadas as licenças ambientais e de instalação da obra" e que, depois disso, a ponte deverá ficar pronta em 24 meses.
Ainda sem nome, a ponte terá três faixas de cada lado, uma faixa de pedestres e uma para ciclistas.
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